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Ed Motta volta ao pop em seu novo CD

Rodrigo Juste Duarte
03 jun 2003 às 17:28

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Ed Motta passa facilmente a imagem de um hedonista, ou seja, uma pessoa que passa a vida buscando o prazer intelectual e cultural. Basta acessar seu site ou ouvir seu programa de rádio e conferir as dicas de filmes, leituras e (principalmente) discos que o cantor recomenda. Lá há muitas sugestões de obras de fino quilate, muito bem garimpadas, dignas de um colecionador. Ed Motta é, de fato, uma verdadeira enciclopédia musical. Em seu novo CD, "Poptical", ele direciona seu vasto conhecimento em música para produzir um álbum pop.

No caso dele, este é um ponto extremamente positivo, afinal não é só porque se conhece muita música mais requintada e experimental que se vai fazer um bom álbum 'cult'. Seu disco anterior, "Dwitza", é um exemplo. Lançado por sua antiga gravadora, o álbum tinha a proposta de resgatar a sonoridade dos bolachões de vinil e de ser instumental. O primeiro objetivo foi alcançado. Mas eu não diria que o disco é instrumental, pois Ed Motta exagerou nos vocalises, técnica que consiste em usar a voz para imitar instrumentos. É tanto "pa-pará-pa-pará" que cansa logo na quarta música.

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Em "Poptical", o cantor se redime das masturbações musicais do álbum anterior, produzindo um álbum gostoso de ouvir, calcado no lado mais acessível do funk e da soul music. O disco marca a entrada de Ed em uma nova gravadora, a Trama, pela qual optou por uma questão ideológica, sem que houvesse nenhum desentendimento com sua gravadora anterior, a Universal. O nome "Poptical" vem de uma escola de arte pop, que trabalha com ilusões de ótica, e isto está explícito na capa, que traz a imagem de Ed Motta e de alguns manequins repetidos várias vezes, apenas com o uso de espelhos, sem qualquer efeito digital.

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Neste novo disco, Ed cantou, compôs todos os arranjos, fez a produção e tocou diversos instrumentos - entre eles, pilhas de pianos e sintetizadores, que deram um realce especial a muitas das faixas. Somente o trabalho de escrever as letras foi dispensado pelo artista, que contou com uma boa equipe. Logo na primeira faixa temos "Minha Casa, Minha Cama, Minha Mesa", uma composição de Nelson Motta que ganhou um instrumental samba-jazz (por influência de João Donatto).

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Na seqüência, vem o primeiro hit, "Tem Espaço Na Van", que já está tocando nas rádios. Esta tem grooves bacanas, bem ao estilo dos melhores álbuns de Tim Maia, e letra tipicamente black, escrita por Seu Jorge, ex-Farofa Carioca, que ultimamente ficou mais conhecido no cinema, por interpretar o personagem Mané Galinha em 'Cidade de Deus'. Em seguida vem "Eu Avisei", um pop refinado que cairia como uma luva em trilhas de novela globais. Em tempo: a letra é de Adriana Calcanhoto. Somente com piano e voz, "The Rose That Came to Bloom" marca a parceria com Bluey, líder do grupo de acid jazz londrino Incognito.


Já deu pra sacar que a versatilidade é o forte deste disco. "Que Bom Voltar" e "Coincidência" são tipicamente Ed Motta, com um clima bem carioca. "Rainbows End" fica no jazz mansinho acompanhado por piano, remetendo à típicas cenas de cabarés dos musicais hollywoodianos. "Pra Se Lembrar" faz uso de teclados "pré-históricos" que reproduzem distorções psicodélicas dos anos 70. De tão viajantes, eles ofuscam o vocal e roubam a música.

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"My Rules" é um jazz em inglês com arranjo vazio. "Fox do Detetive" se entrega pelo nome: uma trilha-sonora para filmes policiais antigos. Influências de Stevie Wonder são nítidas (e assumidas) em "Gifts and Sorrows", um grande funk. Depois de tanta alegria, o disco chega à última faixa, "Quem Pode Surpreender?", que inicia com um clima triste, acompanhada por um acordeon de tango argentino. A letra é de Zélia Duncan, que soa estranha na voz de um homem. Quando a música parece terminar (o que daria um desfecho sério e amargurado para o disco), inicia-se um segundo momento da música, em clima de música cubana instrumental, trazendo de volta o clima alto astral que prodomina no disco.


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