O artista plástico cascavelense Luiz Carlos Brugnera tem uma carreira meteórica: começou em 1994 e já conta com uma retrospectiva. Ela está em cartaz desde ontem no Espaço Arte e Cultura da Telepar Brasil Telecom, em Curitiba. Aliás, com suas obras ele inaugura o mais novo espaço cultural da cidade.
São 20 trabalhos em exposição, dos quais seis estudos para esculturas são inéditos, e mais 14 trabalhos realizados para os diversos salões nos quais o artista participou. Especialmente as esculturas mostram a evolução de Brugnera no período. A inspiração vinha dos carretéis de linha que a mãe manuseava - ela é costureira.
"Sempre produzo uma obra pensando na anterior e na que virá", explica o artista. Nessa cronologia de quase sete anos, sua produção chega a 60 obras. Apesar do hiperrealismo dar vez ao minimalismo e aos conceitos, não há uma diferença brutal. Pelo contrário, as fases vão lentamente sofrendo mutações, no entender do artista. "Não tem saltos gigantescos, é feito passo a passo", afirma Brugnera.
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Para ele tudo o que está acontecendo hoje é um belo presente que a vida lhe deu. "Até 1994 o termo "artista plástico" não tinha nenhuma relação comigo. Eu não sabia exatamente o que a palavra significava, nem tinha visitado nenhuma exposição de arte", confessa. Até os 19 anos cuidava para que seu futuro fosse o de ser jogador profissional de futebol. Uma contusão no joelho mudou-lhe o destino.
Por acaso, aos 27 anos, sob encomenda fez o desenho de uma vaca. Esse desenho foi visto por um funcionário da Secretaria de Cultura de Cascavel que o incentivou a participar do 8º Salão de Artes Plásticas de Cascavel, promovido pela Coordenação de Sistema de Museus. Criou então a obra hiperrealista "Vida", na técnica grafite sobre papel. Esta obra também foi vendida. Depois dela, tudo que surgiu foi no sentido de se aperfeiçoar como artista.
"A partir de agora acredito que vá produzir mais intensamente", diz Brugnera. Para ele ter recebido o convite para a exposição inaugural de um espaço com a importância deste, tem o dom de ser um divisor de águas. Percebe-se que ele está se aceitando realmente como artista, e não apenas a promessa de ser mais um.
"Dá para perceber que a minha evolução tem sido bem natural", reconhece. "Aos poucos irei eliminando essa ignorância que tenho sobre as artes, mas do jeito que eu gosto, no dia-a-dia, para que venha de forma bem verdadeira, sem forçar a natureza, digamos assim".
Luiz Carlos Brugnera releva às artes o paraíso. "Fazer artes plásticas mudou minha vida inteiramente. Eu era feliz, hoje sou muito mais feliz. Agora toda minha família respira arte", comemora. Mesmo tendo transitado por outras imagens, saindo do figurativo para o abstrato, ele não se desfaz do lápis, papel e borracha. "É o que predomina em minha produção até hoje", conta.