Duas artistas plásticas - Ida Hannemann de Campos e Lirdi Jorge - serão homenageadas a partir de hoje, às 20h30, pelo Centro Cultural Brasil-Espanha de Curitiba. Convidadas para uma mostra, com curadoria de Luiz Arthur Montes Ribeiro e que poderá ser visitada até o dia 28, as artistas abrem o calendário de exposições deste ano.
Ida descobriu o desenho aos sete anos de idade. "Brincava de jogar pedrinhas nos quadrados de giz no chão de barro vermelho. Riscando dentro dos quadrados admirei-me ao fazer flores e até uma figura de perfil. Amei aqueles desenhos e não parei de riscar até hoje", conta.
Vencedora de medalha de bronze no 1º Salão de Belas Artes do Paraná (1944), sua primeira premiação, Ida começou a estudar pintura no Colégio da Divina Providência. Em 1941, por indicação do pintor Theodoro De Bona, amigo da família, Ida começou a frequentar o ateliê livre de pintura do mestre Guido Viaro.
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A partir desse impulso Ida participou de várias exposições, com destaque para a Exposição Interamericana de Belas Artes - Exposição Feminina de Pintura, 1948), e para o Salão de Arte do Ministério da Educação no Rio de Janeiro. Em 1962, junto com Domicio Pedroso, Fernando Calderari, Guido Viaro, Fernando Velloso, Susana Mentz e Helena Wong participou de uma coletiva no Teatro Guaíra, promovida pela Galeria Cocaco.
Para esta mostra no centro cultural, a artista apresentará onze desenhos inéditos feitos na dácada de 60. "Sou uma apaixonada por movimentos. Os meus primeiros desenhos são de meninos em diferentes brincadeiras." Procurando sempre eternizar os momentos fugazes da vida, Ida já desenhou homens vendedores de redes, de pipas, carregando galhos, pescadores arrastando suas redes.
Apreciadora da natureza por ela mesa, Ida gosta de observar e gravar em tinta de impressão e aquarela sobre papel, volumes d"água, de pedras e paisagens em espelho d"água, além de personagens urbanos. Entre seus projetos atuais, a artista dedica-se a ilustrar o próximo livro de contos da poetisa Helena Kolody.
Por sua vez, a paixão pelos movimentos expressa-se na obra de Lirdi Jorge em formas sensuais de torsos femininos. Fundidos na areia em bronze, a posição dos tornos inspirou o título da mostra "Fêmeas Voadoras".
Presas por hastes em pedestais, as peças são giratórias. "Isso possibilita que as pessoas brinquem com a obra de arte. A cada diferente ângulo os torsos oferecem sensações diferentes. Essa interferência é muito importante, uma vez que provoca emoções", confere a artista.
Trabalhando com os torsos há três anos, Lirdi produz peças que variam de 25 a 50 centímetros de altura. Essa esculturas são ocas, fundidas em duas partes e depois soldadas. "Isso barateia a obra de arte e administra melhor a limitação de espaço que sofremos hoje em dia."
A série "Fêmeas Voadoras", de oito torsos, está sendo exposta pela primeira vez nessa mostra do Centro Cultural Brasil-Espanha de Curitiba.
Serviço: Abertura oficial do calendário cultural do Centro Cultural Brasil-Espanha de Curitiba (Avenida Silva Jardim, 2186, telefone 342-4340), com uma homenagem às artista plásticas Lirdi Jorge e Ida Hannemann de Campos, hoje das 20h30 às 22h30. A exposição permanece até o dia 28 de março, de segunda a sexta-feira, das 9h às 20 horas e sábados das 9h às 12 horas.