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Brasil é a capital latino-americana do trombone

Zeca Corrêa Leite - Folha do Paraná
06 fev 2001 às 09:22

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Se um estudioso da música percorrer a América Latina em busca de talentos do trombone, vai descobrir que o Brasil é um oásis sonoro no deserto. Isso porque na Argentina não há nem sombra do instrumento; no Chile é a mesma coisa; no Peru não sabem ao menos pegá-lo e do Uruguai veio um estudante "pedindo luz" aos professores brasileiros.

Os anos-luz que separam o país dos demais no que se refere ao instrumento "brincalhão" como entendem os profissionais, tendem a aumentar porque o trombone está ganhando um status de requinte cada vez maior com a realização dos encontros Latino-Americano e Brasileiro de Trombonistas. A evolução pode ser medida a olhos vistos, afirmam os profissionais.

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Desde ontem eles estão reunidos em Curitiba, numa promoção da Associação Brasileira de Trombonistas e Secretaria de Estado da Cultura, e pelo astral reinante no Canal da Música, o empreendimento vai de bem a melhor.

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De acordo com João Paulo Moreira, da Orquestra Experimental de Repertório, de São Paulo, o objetivo é buscar uma padronização do ensino do trombone no Brasil, utilizando-se as técnicas internacionais. Com isso pretende-se uma uniformidade na execução além de promover a união da classe.

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Um dos mais populares instrumentos musicais - ele está presente desde as orquestras sinfônicas às bandas de cidadezinhas do interior -, é marca registrada na cultura brasileira. "A gente o encontra na gafieira, no chorinho, no samba. Ele é muito brincalhão", explica Wagner Polistchuk, 1º trombonista solo da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.


Marcelo Bambam, professor do Conservatório de Música de Tatuí, atenta para um detalhe: a literatura para o trombone é muito grande, e tende a aumentar ainda mais, pois é grande o número de composições novas que estão surgindo, especialmente para trombone e piano. Polistchuk acrescenta há um elemento nacionalista nessas obras. Os autores acrescentam pitadas de maxixe, frevo, baião, elementos do folclore. Com isso a diversidade musical torna-se ainda mais rica.

Quem quiser ver de perto o que está acontecendo na área poderá ir nesta terça-feira ao Canal da Música. Às oito e meia da noite tem início apresentação com Bambam, Radegundis Nunes, Paulinho, Renato Farias e Quarteto da Paraíba. O espetáculo que reúne alguns dos mais brilhantes instrumentistas brasileiros, tem entrada franqueada ao público.


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