O presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Cassio Chamecki, negou, em depoimento à Comissão Permanente de Educação, Cultura, Meio Ambiente e Ecologia da Câmara Municipal, que a prefeitura tenha repassado recursos públicos para patrocinar a 10ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, realizada entre 22 de março e 1º de abril.
Em meados de março, a uma semana do início do evento, o próprio Chamecki, a assessoria de imprensa da prefeitura e o diretor do festival, Victor Aronis, divulgaram que a prefeitura repassaria R$ 300 mil de patrocínio. O valor seria o mesmo do destinado nos últimos quatro anos.
Agora, Chamecki disse que o repasse não chegou a ser feito porque descobriu-se que não havia rubrica (dotação específica) para o FTC no orçamento da Fundação Cultural. "Isso poderia gerar uma situação irregular em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)", justificou. Na publicidade do evento, o logotipo da prefeitura figura entre os patrocinadores.
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A situação relatada por Chamecki foi confirmada pela assessora jurídica da Fundação, Elizabeth Beraldi. A assessoria de imprensa do prefeito Cassio Taniguchi (PFL) também confirmou, no final da tarde, que o repasse não teria sido concretizado. As causas seriam duas: falta de rubrica e também de recursos. Localizado pela Folha em seu celular às 17h30, Victor Aronis disse que estava em viagem e pediu para que o repórter telefonasse às 1830. Entre esse horário e as 19 horas, a reportagem fez cinco ligações, mas o aparelho estava desligado.
A convocação da Câmara ocorreu com base em reportagens publicadas pela Folha em março. O jornal revelou que Chamecki e o diretor artístico da Fundação Cultural, Leandro Knopfholz, permanecem sócios da empresa Calvin Entretenimento, que promove o festival. O outro sócio é Aronis. Os recursos para o evento - R$ 1,5 milhão este ano - são captados pela Associação de Incentivo à Cultura e ao Entretenimento (Apice), uma organização não-governamental (ONG), sem fins lucrativos. O dinheiro é repassado à Calvin, dirigida por Aronis.
Apesar de continuar sócio da Calvin, Chamecki disse desconhecer qual a participação dessa empresa no festival deste ano. Afirmou também que a prefeitura somente cedeu espaços públicos e funcionários para o evento.
Chamecki deverá ser ouvido novamente pela comissão, em data ainda não marcada.