Apenas dois paranaenses foram contemplados na 14ª edição da Bolsa Vitae de Artes, divulgada nesta semana. Wilson Bueno e Josely Vianna Baptista, ambos na categoria Literatura, fazem parte do grupo de 26 vencedores, selecionados entre 403 candidatos de todo o País. O prêmio em dinheiro é de R$ 2.800,00 mensais por um período que varia de seis a 12 meses.
No caso de Wilson Bueno, a bolsa será de um ano. "Mais do que o aporte financeiro, a Bolsa Vitae - reconhecida nacional e internacionalmente - nos dá reconhecimento e prestígio", afirma o escritor. O prêmio veio graças a sua obra "Amar-te a Ti Nem Sei Se Com Carícias", cujas primeiras 80 páginas já estão escritas. Dentro de um ano ele pretende concluir a obra, que terá cerca de 250 páginas. "Dedicarei um tempo ótimo a isto", promete.
O romance será o nono livro do autor, que também foi o criador e editor do extinto jornal "Nicolau". A publicação circulou entre 1987 e 1994 e foi considerado um dos mais influentes jornais culturais do País.
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"A minha obsessão por linguagem continua a mesma", diz. "Como sempre, trabalho exaustivamente o terreno da linguagem". Outra característica que Bueno faz questão de manter é a de não contar muito sobre uma obra antes dela ser lançada.
A respeito do novo livro, ele só adianta que o romance irá refletir o "finado" século 20 a partir de observações do século 19. Mais precisamente, ele se refere às aventuras de um bacharel de Direito influenciado por Machado de Assis e Alexandre Herculano.
Sem economizar palavras, Bueno fala de seu último livro, lançado no ano passado. "O Tio Roseno ("Meu Tio Roseno à Cavalo") é um sucesso entre a crítica e os leitores", dispara.
Apesar de tantas glórias, este é o primeiro grande prêmio na vida literária de Bueno. "Eu sempre botei muita fé neste livro, mas concorrer com tantos candidatos de todo o Brasil e vencer é sempre uma grande surpresa", diz.
Nos 14 anos ininterruptos da Bolsa Viate de Artes, apenas outros quatro paranaenses foram contemplados, sendo dois na Literatura. Em 1990, o escritor Cristóvão Tezza (catarinense de nascimento, mas que mora há décadas em Curitiba) venceu com a obra "A Suavidade do Vento". Três anos depois, o londrinense Domingos Pellegrini ganhou a bolsa com o livro "Terra Vermelha". Além deles, o fotógrafo João Urban e o músico Rogério Budasz foram contemplados em suas respectivas áreas.
Ao todo, oito áreas diferentes são beneficiadas pela Bolsa Vitae de Arte, que tem caráter bienal. O programa para Artes Visuais, Fotografia, Cinema e Vídeo é realizado nos anos ímpares, enquanto Literatura, Música, Teatro e Dança, seleciona projetos nos anos pares.
Além de Bueno e Josely, os mais novos contemplados em Literatura são Armando Freitas Filho, Antonio Fernandes Borges, Heitor Ferraz e Cristiane Costa. A comissão de seleção foi formada por Eneida Maria de Souza, Heloísa Buarque de Holanda e Valéria de Marco.
A Fundação Vitae é uma associação civil sem fins lucrativos, mantida pela Fundação Lampadia, sediada em Liechtenstein. Com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida na comunidade, Vitae apoia projetos nas áreas de Cultura, Educação e Promoção Social.