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'Dorothy Parker Portatil' é destaque do Fringe

Redação Bonde
19 mar 2004 às 17:28

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Uma mulher a frente do seu tempo? Não, a frente do nosso. Foi na década de 1920 que uma moça de apenas 1,50m fez abalar os alicerces de Nova York. Com seus comentários venenosos e total ausência de papas na língua, a escritora norte-americana Dorothy Parker marcou época. Aclamada e odiada por onde passava, ou por onde seus textos eram lidos, a escritora fez carreira escrevendo resenhas de teatro e poesia.

A sua credibilidade foi crescendo de acordo com que seus livros foram lançados (o único título traduzido para o português se chama Big Loira e Outras Histórias de Nova York). Mais tarde, com uma carreira conceituada, foi convidada para trabalhar em Hollywood escrevendo roteiros de filmes. Chegou a ganhar um Oscar pelo filme Nasce uma Estrela.

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A rapidez de suas respostas deixaria qualquer repentista envergonhado. Em uma ocasião, quando lhe disseram que uma de suas inimigas era muito gentil "com seus inferiores", Dorothy disparou: "E onde é que elas os encontra?". Em uma crítica de um livro escreveu em poucas linhas:"Este não é um romance para ser posto casualmente de lado. É para ser atirado longe, com toda força".

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E na sua coleção de célebres frases, a escritora destilava seu veneno sobre os mais variados assuntos: "Só exijo três coisas de um homem: que seja bonito, insensível e burro", "Dinheiro não pode comprar saúde. Mas eu me contentaria com uma cadeira de rodas cravejada de diamantes", "Ainda tenho saudades do meu marido, mas o meu objetivo é aperfeiçoar-me".

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Foi com atitudes inesperadas e contos afiados que Dorothy Parker conseguiu atrair um fiel número de fãs ao redor do mundo. Porém, passados 37 anos da sua morte, a escritora permanece anônima aos ouvidos de muita gente, sobretudo jovens, que sequer ouviram falar no seu nome.


Mas se você é um dos que ainda não teve o prazer de se deliciar com uma das obras da autora, poderá conhecer seu trabalho durante o Festival de Teatro de Curitiba, quando será apresentada a peça Dorothy Parker Portátil, comédia encenada pela Cia. Cênica Simplicíssimos, com direção de Ruiz Bellenda, que também traduziu a adaptação para os palcos.

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O espetáculo se passa em uma noite quando Dorothy Parker, sem conseguir dormir, resolve rever a sua obra com o mesmo olhar crítico com que analisa o resto da humanidade. De estrelas do cinema a anônimos pés-de-valsa, a escritora se delicia ao abrir as cortinas da sociedade e mostra a vida trágica e cômica, com valores sem sentido e personagens à beira de um abismo.


A peça é uma coletânea de histórias escritas por Dorothy, que estão reunidos na sua mais famosa obra, "The Portable Dorothy Parker", um dos três únicos Portables em todo o mundo a ser reeditado constantemente (os outros dois são Shakespeare e a Bíblia).

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O diretor Ruiz Bellenda alimentava o sonho de montar uma peça com os contos de Dorothy Parker havia dez anos. "Ela tinha uma inteligência ímpar, sua mente era um grande diamante. Ela tinha um material tão rico que ainda é possível montar umas cinco peças com os seus contos", diz.


Os espetáculos de Ruiz Bellenda chamam a atenção por trabalhar com o ator como centro do universo cênico. A parte estética da peça fica de lado para dar espaço a partitura de cada personagem. Durante os dois meses de ensaio, cada palavra e gesto foram exaustivamente pesquisados, atingindo uma grande parceria entre diretor e atores.



Serviço:
Dorothy Parker Portátil

Direção: Ruiz Bellenda
Elenco: Letícia Guazzelli, Adriana Ferreira, Denny dos Anjos, Gisele
Bolzani, Jeferson Voggel e Carlos Reinke.

Local: Teatro Lala Schneider, Rua 13 de Maio, 629
Dias e horários das apresentações durante o Festival de Teatro de
Curitiba:
19/02 - 15h00
20/02 - 21h00
21/02 - 24h00
22/02 - 18h00
23/02 - 15h00
27/02 - 21h00
25/02 - 18h00
26/02 - 24h00
27/02 - 15h00
28/02 - 21h00


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