Raízes de árvores tombadas ganharam um toque de inteligência e criatividade nas mãos do arquiteto e artista plástico André Fort. O resultado são inéditas obras de arte, todas com utilidade doméstica, que estarão em exposição no Centro de Criatividade do Parque São Lourenço a partir de sexta-feira.
Para elaborar as peças, ele só recolhe o que é perdido na natureza. Há dez anos trabalhando na equipe de planejamento urbano de Curitiba, Fort passou a questionar até onde a evolução da cidade interfere no meio ambiente.
"Observar a evolução de uma cidade é sentir o efeito que isso causa em todo o segmento de representação artística, por isso a necessidade de um resgate da forma natural", afirma.
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Ele traduz esta observação em suas peças exclusivas, que retratam essencialmente a evolução das cidades e o desmatamento das florestas. Raízes de árvores tombadas se transformam em pés-de-mesa, revisteiros e cabideiros.
Segundo Fort, cada obra carrega consigo um pouco da história da exploração das florestas que deu espaço ao crescimento urbano. Reciclando o que é desperdiçado nos desmatamentos, o artista procura resgatar a relação do homem com o meio ambiente.
As obras fazem referência à arte primitiva e, por isso, ganharam nomes indígenas. A pequena mesa de apoio, por exemplo, ganhou o nome de "Curumim", que significa índio pequeno. "A arte primitiva tem uma forte expressão dentro da vida contemporânea, porque cada vez mais o homem busca a simplicidade da interação com a natureza", comenta o arquiteto.
Serviço: A exposição "Outras Raízes", do arquiteto e artista plástico André Fort, ficará em cartaz de 3 a 26 de agosto no Centro de Criatividade do Parque São Lourenço.