Elas já foram consideradas apenas cabides de luxo para os estilistas desfilarem suas criações no mundo da moda. A partir da década de 60, seus nomes começaram a ecoar na mídia. Twiggy, Gia, Linda Evangelista e Gisele Bundchen. Elas viraram tops e tornaram-se referência de beleza para a sociedade.
No entanto, as modelos que desfilam pelas passarelas não estão satisfeitas com a própria imagem, segundo pesquisa realizada pelo psicoterapeuta Marco Antônio Tommaso, da Associação Brasileira para Estudos da Obesidade.
''Entrevistamos 110 modelos brasileiras, acima de 18 anos, e constatamos que 100% têm algum tipo de insatisfação com o corpo, e 76% sentem-se descontentes com alguma particularidade do rosto. Além da insatisfação, 72% das modelos afirmam que recorreriam à cirurgia para 'corrigir defeitos.''
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Para o especialista, este descontentamento das tops é comum. ''Viver da própria imagem é complicado. Elas enfrentam várias seleções todos os dias e escutam 'não' diversas vezes. Se a beleza fosse condição absoluta para a felicidade, as modelos seriam mulheres completamente realizadas. Mas isso não condiz com a realidade. A maioria se sente desejada, mas não amada.''
Tommaso reforça, contudo, que o mais importante é se sentir bonito. ''Muitos homens e mulheres atraentes nunca se libertam da sensação de 'feiura'. Vivem infelizes porque essa impressão afeta diretamente a auto-estima.''
Isso porque, a visão pessoal de cada um vai além da imagem refletida no espelho. ''Nosso retrato mental inclui experiências passadas, vivências e expectativas. A formatação de nossa imagem também depende da interpretação de padrões sociais estabelecidos e do confronto com valores culturais vigentes'', diz Tommaso.
O resultado desse bombardeio de imagens ''perfeitas'' pode resultar no distúrbio da auto-imagem, em que a pessoa se sente pouco atraente e busca maneiras externas para corrigir ''defeitos'' imaginários. ''Nesse caso, a 'correção' nunca acontece.''
Leia a reportagem completa na Folha de Londrina desta sexta-feira.