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Espetáculo reúne a comédia, o drama e a tragédia

Katia Michelle - Folha do Paraná
28 set 2001 às 11:46

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Jogue a primeira pedra aquele que nunca pensou, ainda que seja por alguns instantes, em ser outra pessoa, viver outras situações e encarar uma realidade bem distinta da rotina diária. Em Santa Cruz, cidade onde os personagens de "As Loucas e os Lazarentos" se encontram, isso é possível. Aliás, tudo é possível nesse espetáculo dirigido por Enéas Lour, que tem estréia nacional hoje, no Guairinha, em Curitiba. Inspirado na música "Geni e o Zepelim", de Chico Buarque, o espetáculo já estréia com um mérito: reúne os principais nomes do teatro curitibano.
Sobem ao palco atores veteranos como Mauro Zanatta, Tupaceretan Mateus, Hélio Barbosa e Claudete Pereira Jorge. Contracenam com jovens e talentosos atores como Ranieri Gonzalez e Richard Rebello. É a primeira vez que a trupe formada por treze profissionais, entre músicos e atores, se encontram em um mesmo espetáculo. Trata-se de uma iniciativa da Cia Cênica de Teatro que surgiu (quase) por acaso. "‘As Loucas e os Lazarentos", produzido com recursos da Lei de Incentivo à Cultura, ganhou texto e direção do premiado ator curitibano. Ele se inspirou na música de Chico Buarque para criar uma situação inusitada.
Em uma cidade, cidadãos comuns vivem suas vidas comuns, mas nas noites de lua cheia tudo se transforma. Professores viram afoitos travestis, importantes homens da sociedade deixam a ética de lado em função da diversão. Eles mudam a sua rotina real e (re) inventada com a chegada de uma bela professora de artes na cidade. A história, conforme define Lour, dá oportunidade de unir os três gêneros teatrais: comédia, drama e tragédia.
Com ares de superprodução (para um espetáculo curitibano, leia-se), o espetáculo é pontuado por uma sonoplastia criada especialmente para a peça pela também veterana Rosy Greca e executada ao vivo pelos músicos Alexandre Nero, Clarissa Bruns, Gilberto Zaneletto e Tony Rocha. Mas o diretor, no entanto, prefere não classificar o espetáculo como um musical. "É um espetáculo de teatro popular que tem músicas compostas especialmente para ele", resume.
O projeto recebeu incentivo de R$ 60 mil e reúne um elenco considerado grande para os padrões das montagens atuais, o que certamente vai limitar a trajetória do espetáculo em outras cidades. "As Loucas e os Lazarentos" já tem apresentações marcadas em Londrina e em cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A equipe é formada, além dos atores já citados, por Mariana Zanette, Eliane Campelli e Fabíula Nascimento. Eliane também é responsável pela direção de ritmo, movimento e sonorização para coro e Mariana assina os figurinos. A sonoplastia de Rosy Greca é executada ao vivo pelos atores e músicos, que trabalham com instrumento alternativos.
A história inicia com Bento (Richard Rebello), um sanfoneiro cego, que atua como narrador. Ele pontua as peripécias que ocorrem na cidade e no Alvorada Drink's, onde os pacatos cidadãos comuns se modificam. Ali, Genivaldo (Tupaceretan Mateus), um conservador professor de Biologia, se transforma em Geni, o (a) dono (a) do bordel Alvorada Drink’s. E como a noite, todos os gatos são pardos, as luzes artificiais iluminam o romance de Geni com o único filho do prefeito da cidade. O amor dos dois é ameaçado com a chegada de Letícia, a professora de artes. O relato segue para um caminho tragicômico, que pode ser interpretado de diversas formas, desde uma paródia mal resolvida dos grandes romances épicos até um desfecho bem solucionado para um texto criado a partir de uma idéia central para um espetáculo de muitos (e bons) atores. É um risco que Lour está disposto a correr. "O espetáculo é uma fábula popular que fala da hipocrisia da sociedade", retrata.
Essa não é a primeira vez que o diretor opta por dirigir um espetáculo que ele mesmo escreve. A carência de textos teatrais de qualidade fez com que Lour escolhesse esse filão. "Comecei a escrever por causa dessa carência. Atualmente sei que existem bons autores, o problema é que não há uma boa política de divulgação", analisa.
Depois da estréia de "As Loucas e os Lazarentos", Enéas Lour volta-se ao trabalho de ator e começa a ensaiar o próximo espetáculo do diretor Edson Bueno, com estréia prevista ainda para esse ano.
"As Loucas e os Lazarentos", texto e direção de Enéas Lour. De 28 de setembro a 14 de outubro. De quarta a sábado, às 21 horas e domingos às 19 horas. Ingressos a R$ 15,00 e R$ 8,00 (com bônus).
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