Turismo, comércio e empregos temporários aumentam na semana do festival mais do que em qualquer outra época do ano. Os números superam até mesmo o Carnaval, que também é uma data importante para a cidade.
Todo mês, passam por Antonina cerca de mil pessoas. No Festival de Inverno da UFPR, que este ano acontece de 13 a 20 de julho, o número de pessoas que se hospedam na cidade durante uma semana é quatro vezes maior. Além disso, há gente que não fica na cidade, mas se desloca para lá todos os dias para participar do evento.
A prefeitura de Antonina estima que cada pessoa gasta R$ 20 por dia durante o Festival. Levando em conta apenas os que se fixam na cidade, o valor gasto em uma semana é de R$ 560 mil. Tanto movimento requer maior número de funcionários nos estabelecimentos. Segundo a prefeitura, os 800 empregos que existem na área de turismo chegam a dobrar durante essa segunda semana de julho.
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Hotéis
Nessa época, os hotéis trabalham com capacidade máxima. Alguns apressam a inauguração só para receber os visitantes atraídos pelo festival. Foi o que aconteceu com Christiana Viana e João Carlos Sikora. O casal, que pretende abrir as portas do Hotel Fazenda Rancho Verde no dia 2 de agosto, vai funcionar como hotel convencional no período de 13 a 20 de julho. A intenção é que isso aconteça todos os anos. "O festival é um bom negócio. Espero que as pessoas deste ano voltem no próximo", afirma Christiana.
Mesma história tem Altair de Almeida, dono da Pousada Atlanti. A abertura estava marcada para dezembro de 1997, mas em julho daquele ano já recebeu os participantes do festival. De lá para cá, tem sido assim. Todo ano, a pousada lota os 18 apartamentos nessa época.
Comércio
Não são apenas os hotéis os beneficiados com o festival. O setor de alimentação também ganha mais fôlego. Joca tem um dos restaurantes mais tradicionais da cidade, o Caçarola do Joca, que existe há 21 anos. O endereço tem bom movimento durante o ano todo. Em dias de festival, porém, o número de clientes dobra ou até triplica se comparado aos dias da semana do resto do ano. "É a festa mais bonita da cidade", revela Joca.
Elisabete de Fátima Carrano - dona de restaurante, farmácia e loja de artesanato em Antonina - diz que o movimento aumenta em todas as atividades. "A cidade fica cheia e todo mundo ganha dinheiro." Enquanto, numa semana normal, o restaurante Maré Alta serve cerca de 20 mesas, durante a semana do festival, esse número sobe para até 70 mesas. Na loja de artesanatos, a venda chega a subir 50%.
A presidente da Associação dos Artesãos de Antonina, Ramona Esther Núñez, confirma o aquecimento do setor. Durante o ano, a associação mantém uma loja na cidade. Na época do festival, é montada também uma barraca na praça central, que vende artesanato e comidas típicas. "Fora de temporada, vendemos uma média de R$ 2 mil por mês. No festival, nosso comércio soma R$ 3 mil em apenas uma semana, o mesmo valor que conseguimos numa quinzena de boa temporada", calcula.
Infra-estrutura
O Festival de Inverno da UFPR também colabora com a infra-estrutura da cidade. Segundo a prefeita Munira Peluso, a cada ano, são criados novos espaços para abrigar o evento, que acabam beneficiando a cidade durante o resto do ano.
O antigo matadouro na entrada da cidade hoje é um centro social. Até 2000, Antonina não tinha uma escola municipal central. No ano passado, os participantes do festival já puderam usar o novo espaço, que conta também com alojamentos.
De acordo com a prefeita, no próximo ano, haverá novas instalações. Na Estação Ferroviária, que agora está nas mãos da prefeitura, as obras já começaram. O espaço terá auditório para 60 pessoas, restaurante, loja de artesanato e conveniência. Uma escola no bairro Itapema também está sendo construída, pensando no evento de 2003.
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