Após várias críticas e reclamações do público sobre o Festival Alternativo de Londrina, que foi realizado no último sábado (17), a LWD Entretenimento, responsável pela organização do evento, que ocorre há cinco anos na cidade, decretou falência e o encerramento das suas atividades.
Por meio de uma postagem no site de relacionamento Facebook, a empresa relatou que a edição do festival era para ser a melhor já produzida, mas que as vendas dos ingressos estagnou na reta final. A LWD chegou a cogitar o cancelamento do festival às 12h do sábado, mas decidiram dar sequência no evento mesmo com a equipe reduzida. Por volta das 11h40, a publicação foi excluída da rede social.
O festival então seguiu com apenas dois dos quatro palcos que estavam na programação. Os palcos encarregados de representar a música eletrônica no evento, ''In tha HauzZ'' e ''Wonderland'', foram fechados horas antes do evento. O comunicado do cancelamento das apresentados que estavam previstas para os palcos eletrônicos, foram por meio de notas nas redes sociais dos próprios artistas. Após os comunicados, a organização soltou uma nota informando que apenas um palco seria reaberto. O evento oficial foi excluído no domingo (18). Parte das 35 atrações não se apresentou e não conseguiu receber o pagamento.
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Um entrevistado que preferiu não ser identificado afirmou à reportagem que a maior reclamação do público foi em relação aos preços abusivos dos ingressos em comparação às edições anteriores. Segundo o entrevistado, um evento que tinha a estimativa de receber um grande público teria que ter envolvido uma série de aspectos burocráticos que não poderiam faltar. ''A somatória dos eventos que a LWD produziu com uma série de erros foi prejudicando, ao longo das edições, a imagem da empresa. Isso consequentemente gera uma menor perspectiva de público a cada edição, levando ao final já esperado. Sendo que sem público, não há retorno financeiro.''
Sobre o cancelamento dos palcos e a falta de posicionamento para o público, a edição que marcou o fim do Festival Alternativo e a falência da empresa, deixou a desejar não só para o público, mas também para os organizadores e para os artistas. ''Foi uma verdadeira confusão dentro do evento, desde estruturas organizacionais até a estrutura dos palcos. Também a logística dos artistas e a falta de comunicação com a empresa e pessoas. Para quem pagou camarote, nem conseguiu consumir bebidas que estavam inclusas. Na pista, preços abusivos no bar. Com certeza dava para ser previsto se ia ter dinheiro suficiente para acontecer o evento. O erro foi ter previsto isso no dia do evento. Apesar de alguns artistas se apresentarem (creio que alguns de graça) o evento foi um fracasso'', ressaltou o entrevistado.
Foto da montagem do palco eletrônico
Neste ano, o festival completava sua 5° edição, mas nos últimos dois anos de evento muitos prejuízos foram registrados. Foi contabilizado o valor de R$ 1 milhão perdidos.
A reportagem tentou entrar em contato com dois organizadores da LWD por diversas vezes, mas não obteve retorno até as 21h10 desta segunda-feira (19).
(*Sob supervisão da repórter Fernanda Circhia)