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Globais retratam sete épocas da humanidade em cinco horas de espetáculo

Redação - Folha de Londrina
26 mar 2003 às 11:06
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Pela primeira vez, o espetáculo ''Os Sete Afluentes do Rio Ota'', direção de Monique Gardemberg para a peça do dramaturgo canadense Robert Lepage, terá uma apresentação sem interrupções.

No Rio de Janeiro, onde a montagem estreou, as quase cinco horas de encenação eram divididas em duas partes: a primeira fase apresentada no início da semana e a segunda reservada para os finais de semana. Nada que comprometesse o entendimento da peça, conforme garante a diretora e cineasta.

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''Mas estamos felizes por apresentar o espetáculo de uma só vez, acho que a montagem ganhou com isso'', complementa Monique. ''Os Sete Afluentes'' tem a sua segunda e última apresentação no Festival de Teatro de Curitiba, hoje, às 21h30, no Guairão.

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A peça acontece em sete épocas distinas. ''É uma reflexão sobre a última metade do século 20 e acontecimentos como a bomba de Hiroshima e o holocausto'', conforme resume.

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Como era de se esperar, a montagem ganhou vultuosidade no festival tanto pelo elenco formado por atores globais (são 14 pessoas, incluindo Giulia Gam, Beth Goulart e Maria Luíza Mendonça) quanto pela duração inusitada. Mas ''Os Sete Afluentes'' tem detalhes bem mais significativos para oferecer.


A começar pelo texto escrito por um dos maiores encenadores contemporâneos. Robert Lepage já foi sensação da sétima edição do FTC com a peça ''Needles and Opium''. Tem o pé inteiro no teatro experimental, mas ''Os Sete Afluentes'' é uma montagem peculiar, uma saga que mostra personagens desde os cinco até os 65 anos de idade.

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''Quando vi o espetáculo em Nova York em 1986 me apaixonei e quis trazer para o Brasil'', revela. A diretora tinha duas opções, trazer o mesmo espetáculo de Lepage ou fazer uma adaptação. Ao fazer a segunda escolha, adotou uma encenação mais alegre que a do canadense. ''A dele é um pouco mais fria porque os canadenses são mais frios que os brasileiros'', compara.


Na direção, Monique também lançou mão da sua experiência como cineasta e editou as cenas como no cinema, buscando a síntese de cada diálogo. ''Não acredito nesse teatro onde as pessoas projetam as vozes e deixam os espectadores assustados.

Em ''Os Sete Afluentes'', o público encontra uma interpretação bem mais próxima do cotidiano, bem mais natural'', garante opinando que não se trata de uma coreografia ou imitação da montagem anterior, mas de uma recriação da dramaturgia de Lepage.


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