O MON (Museu Oscar Niemeyer) inaugura em um único dia quatro mostras simultâneas. Nelson Leirner 1994+10; Boudin na Coleção dos Barões de São Joaquim; Uiso Alemany, em Olinda, como em Alboraia - A gestualidade em carne viva; e Franco Giglio são as novas exposições a serem apresentadas ao público do MON a partir de 28 de setembro, com cerca de 280 obras expostas.
Somadas às obras das exposições abertas anteriormente - A Poética da Forma, que prossegue até o dia 21 de novembro, e A Arte da Tapeçaria, que poderá ser vista até 3 de outubro -, o museu terá em exibição mais de 350 obras de mostras itinerantes, além dos trabalhos em exposição permanente.
O polêmico Leirner
Em uma nova parceria com o Instituto Tomie Ohtake, o MON apresenta 25 obras, a maioria instalações, do polêmico artista paulistano Nelson Leirner.
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O artista, descendente de poloneses e nascido no Brasil em 1932, usa o lúdico para questionar a ordem estabelecida. Ele é quem faz da arte conceitual um canal para provocar a reflexão sobre alguns dos valores artísticos, como o que é arte e artista.
A exposição Nelson Leirner 1994+10, com curadoria de Agnaldo Farias, faz um balanço da última década de produção de Leirner. A primeira retrospectiva foi apresentada em 1994, tendo a concepção dela assinada pelo mesmo curador.
A nova mostra, primeiramente apresentada em São Paulo pelo instituto, também gerou polêmica. Este parece ser um traço marcante nas apresentações de trabalhos do artista, o que contribuiu para que Leirner não tivesse o devido valor artístico reconhecido ao início da carreira. Desta vez, foi a comunidade judaica paulista a se incomodar com o teor da instalação Auschwitz .
O impressionista Louis Eugène Boudin
Considerado o "pai do impressionismo" por ter instruído o jovem Claude Monet (1840-1926), a mostra do pintor francês Louis Eugène Boudin (1824-1898) permite ao público o entendimento das origens do Impressionismo e das raízes da pintura moderna, dois movimentos decisivos para o desenvolvimento da História da Arte.
As 20 pinturas do artista, pertencentes ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, representam uma das maiores coleções públicas no mundo. A coleção do museu carioca só é ultrapassada por outras três coleções francesas. Os quadros foram comprados na França pelo barão e pela baronesa de São Joaquim e doados em 1923 ao Museu Nacional.
As paisagens retratadas pelo francês representam uma inovação na pintura européia do século 19. Em pesquisas sobre efeitos atmosféricos, Boudin conseguiu uma aparência luminosa em todas as suas pinturas, tornando-se um dos precursores do Impressionismo. Monet, o maior representante do estilo, o reconheceu como seu mestre.
A curadora Zuzana Paternostro apresenta ainda outras 12 obras de pintores contemporâneos de Boudin, além de uma gravura do artista, doada no ano passado. Com patrocínio da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), a mostra estará em cartaz no MON até o 25 de fevereiro de 2005.
Sob o sol de Pernambuco
À luz do sol de Olinda (PE), o artista espanhol Uiso Alemany encontrou os novos argumentos que procurava para a sua mais recente produção. Em 30 pinturas e cem desenhos, ele reproduz, principalmente, a gestualidade e as cores fortes encontradas nas roupas e objetos cotidianos nordestinos.
Fiel ao caráter expressionista, as obras de Uiso apresentadas no MON foram realizadas durante dois meses do último verão de Olinda, onde ele montou um ateliê temporário. Internacionalmente reconhecido, o artista mantém ateliê fixo em Alboraia, na zona rural de Valência (Espanha).
Segundo o curador da mostra, Emanoel Araújo, nessa experimentação feita pelo artista estrangeiro, o que mais importa "é o que nele ficou impregnado do Brasil que lhe entrou no estômago". Como resultado, Uiso apresenta figuras humanas marcadas pela forte presença do movimento e das cores vibrantes nos trajes. A mostra, que tem o patrocínio da Vivo, poderá ser vista até 28 de novembro no MON.
Descoberta brasileira
"A exposição de Franco Giglio tem por objetivo expor de forma analítica e crítica a obra do artista que nascido e morto na Itália, foi no Brasil e, principalmente, em Curitiba, que desenvolveu sua obra pictórica.
Além de ter sido grande muralista, dominando a técnica do mosaico, e também ceramista, muitas vezes desenvolvendo trabalhos em parceria com Poty Lazzarotto, Franco se tornou um importante membro da vanguarda artística curitibana nos anos 70", define o curador da mostra Fernando Bini.
Para mostrar essa descoberta artística feita no Brasil, consolidada em Curitiba, a exposição produzida pelo MON estará apresentando cerca de 90 trabalhos de Giglio, que datam entre 1971 e 1982. O italiano nascido em 1937, em Dolceacqua, chegou no Brasil em 1956, com 18 anos de idade, se fixando no Rio de Janeiro.
Serviço:
-Nelson Leirner 1994+10
Período: 28/09 a 28/11/2004
- Boudin na Coleção dos Barões de São Joaquim
Período: 28/09/2004 a 30/01/2005
- Uiso Alemany, em Olinda, como em Alboraia - A gestualidade em carne viva
Período: 28/09 a 28/11/2004
- Franco Giglio
Período: 28/09 a 27/02/2005
Local: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999 - Centro Cívico
Horário: de terça a domingo, das 10h às 20h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes identificados
(Crianças de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental, pré-agendados não pagam)
Agendamento prévio para escolas pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone (41) 350-4418, das 10h às 18h, de segunda a sexta-feira.
Telefone: (41) 350-4400