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O som aveludado do trombone

Zeca Corrêa Leite - Folha do Paraná
05 fev 2001 às 09:39

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Sons de trombone vão ecoar durante esta semana nas salas de estudos, corredores e auditório do Canal da Música, em Curitiba. Começam hoje (segunda-feira) e prosseguem até sábado o VII Encontro Brasileiro e o III Encontro Latino-Americano de Trombonistas. Espera-se a presença de cerca de 300 alunos que irão se reunir aos músicos profissionais e "simpatizantes do instrumento", segundo os organizadores. Promoção da Associação Brasileira de Trombonistas.

Serão seis dias de mergulho na ciência do som aveludado do trombone, com master classes, forum de debates e workshops. De manhã ao fim do dia, será essa a rotina dos trabalhos, com intervalo para almoço. À noite o público assistirá a shows e recitais. Enfim, a ordem é divulgar e mostrar o trombone nas suas mais variadas facetas, pois por sua característica eclética ele se amolda aos diversos estilos musicais.

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Estão em Curitiba 23 professores de renome nacional e internacional. Entre eles Jacques Mauger, ex-primeiro trombonista da Opera de Paris, Denis Wick, ex-primeiro trombonista da Sinfônica de Londres; Radegundis Nunes, que se apresentou no Carnegie Hall, em Nova York; o compositor francês Jean Michael Defaye, considerado como um dos mais importantes do século na França e Wagner Polistchuk, da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Michael Defaye compôs uma peça especialmente para este encontro.

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Reuniões como esta realizadas no Brasil em caráter itinerante - cada edição acontece numa cidade diferente - surgiram em meados do século passado nos Estados Unidos. O movimento que visava ampliar a informação sobre o dominínio da técnica fixou-se graças, principalmente, aos trombonistas de jazz e clássicos.

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No Brasil ocorreu algo semelhante, quando em setembro de 1995 foi promovido o I Encontro de Trombonistas Brasileiros, em Brasília. Era um feito inédito, e representantes de todo o País acorreram ao evento. Como convidados internacionais estiveram Steve Wolfinbarger, presidente da International Trombone Association e Per Brevig, principal trombonista do Metropolitan Opera House, de Nova York. Outro convidado especial foi Raul de Souza, a expressão máxima do gênero Brazilian Jazz.


A segunda edição se deu em Niterói, no Rio de Janeiro, novamente com grande sucesso e a participação de Michel Becquet, que realizou um concerto com a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal Fluminense. Desse espetáculo participou o trombonista e regente Per Brevig. Em 1997 a sede do encontro aconteceu em São Paulo. Entre os convidados principais estavam Ronald Baron, primeiro trombone da Boston Symphony, Dave Taylor, Conrad Harving e novamente Raul de Souza.

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No ano seguinte foi escolhida a capital da Paraíba, João Pessoa. Nesse ano compareceram os professores Vern Kagarice e Janet Kagarice, da University of North Texas, Estados Unidos, e edutores da revista International Trombone Association, Mark Lawrence, Phil Wilson (Berkeley Schhool) e o "regente oficial" do evento Per Brevig.


O quinto encontro se deu em Belo Horizonte. quando foi celebrado o I Encontro Latino Americano de Trombonistas. No ano passado o cenário foi a cidade interiorana de Tatuí (São Paulo), apontada como um dos maiores centros culturais do Estado.

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No evento que começa hoje em Curitiba também se concentram ilustres personalidades como Gilberto Gagliardi, que apesar de ser compositor, maestro e arranjador, dedica a maior parte de seu tempo ao ensino do instrumento. Filho do também trombonista José Gagliardi, muito conhecido nos anos 30 e 40, Gilberto atuou ao lado de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Eleazar de Carvalho. É autor de importantes peças para trombone e pianno.


Paulo Lacerda, presidente da Associação Brasileira de Trombonistas, tem gravado um CD solo, "Tô Nessa" e "Mission Possible", com a orquestra Gerais Big Band. É o primeiro professor de trombone na história da Escola de Música da UFMG, tendo criado o curso a nível de graduação e extensão. Na área da música popular acompanhou cantores como Roberto Carlos, Elba Ramalho, Elza Soares, Billy Eckstine, entre outros.

Antonio Henrique Seixas Oliveira é outro nome incensado no meio musical, mas não pelo nome de batismo, mas como o Bocão. Carioca, iniciou estudos de trombone em 1992. Passou por uma série de orquestras sinfônicas, além de integrar as big bands de Paulo Moura, maestro Cipó e Orquestra Tabajara. Bocão gravou com Ivan Lins, Chico Buarque e Martinho da Vila. Atualmente é trombonista da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Vitor Santos Orquestra, ambas do Rio de Janeiro.


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