Na história real elas nunca se encontraram, nem sequer se falaram. Mas Frederich Schiller, autor alemão do século XIX, promoveu este encontro ao escrever a peça "Mary Stuart", que a Cia Independente de Teatro de Londrina apresenta até o dia 9, domingo, no Teatro Núcleo I. "Dependendo deste final de semana, ainda vamos estender as apresentações", diz o diretor do espetáculo, Wagner Donadio de Souza.
Inspirada em fatos históricos ocorridos no século XVI, "Mary Stuart" aborda a disputa de poder entre a rainha Elizabeth I (1533-1603), da Inglaterra, e Mary Stuart (1542-1587), da Escócia. Primas e inimigas, ambas foram consideradas herdeiras do trono da Inglaterra, uma rivalidade alimentada por conspirações que terminaram com a morte de Mary Stuart, decapitada na prisão por ordem de Elizabeth.
Estas duas mulheres têm em comum a nobreza, o poder e a inveja que as consome. A católica Mary Stuart era uma mulher bonita, sedutora e decidida. Já a protestante Elizabeth não era bonita e sentia muita inveja da prima. Apresentado em português arcaico, "Mary Stuart" é uma peça profunda que aborda o universo feminino com suas grandezas e mesquinharias.
Reunidos neste complexo espetáculo estão as atrizes Lea Albuquerque (Mary Stuart), Ceres Vittiri (Eliabeth I), Donizatte Buganzza (Lord Cecil Burleigh), Wagner Donadio de Souza (Lord Amias Baulet), Sandra Lessa (Aa Kennedy), Lucas José de Lucca (Conde de Leicester) e Maurício Werner (Mortimer). "Os atores encenam o tempo todo em uma prisão. Utilizei este recurso, pois as duas rainhas estavam muito presas uma a outra, e era mais que uma prisão física", diz Donadio.
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"Além dos fatos históricos e do poder político, a peça explora sentimentos como inveja, ódio e intolerância na disputa entre duas mulheres complexas", acrescenta Donadio. A intolerância, inclusive, é o tema que o produtor do espetáculo, Weber Wanderley, escolheu para uma trilogia que a Cia Independente iniciou no ano passado. A primeira delas, "Salomé", de Oscar Wilde, tem continuidade agora com "Mary Stuart" e finaliza no ano que vem com uma surpresa.
Segundo o diretor, o público vai achar em "Mary Stuart" um drama histórico muito forte e pesado. "Mas mesmo sendo apresentado em uma hora e quinze e tendo um tom dramático, as pessoas que já assistiram têm tido uma ótima reação frente à peça", conta.
Serviço:
Peça: "MARY STUART" - Adaptação livre da obra de Frederich Sciller
Data: 31 de agosto, 1, 2, 7, 8 e 9 de setembro
Local: Núcleo I.
Endereço: Rua Quintino Bocaiúva, 1243
Horário: 21h