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Phillip Glass abre o jogo

Zeca Corrêa Leite - Folha do Paraná
09 jul 2001 às 08:38

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O programa "Sarabanda", produção do Canal Paraná que vai ao ar na segunda-feira, à meia-noite, em rede estadual pela Rede Paraná, trará uma entrevista exclusiva com o compositor minimalista Phillip Glass. Acredita-se que esta seja a primeira vez que ele esteja falando para uma equipe de televisão do Brasil. O detentor da façanha é o também músico (toca flauta na Orquestra Sinfônica do Paraná) Sebastião Interlandi Júnior, criador e apresentador de "Sarabanda".

Famoso em todo o mundo, principalmente pelas trilhas sonoras dos filmes "Koyanisqatsi" e "Powasqatsi", Phillip Glass recebeu Interlandi em sua casa, no mês passado, em Nova York. A conversa entre eles foi tão boa que irá ao ar na íntegra, dividida em dois programas. Os interessados na entrevista que acham o horário da meia-noite muito ingrato, poderão sintonizar "Sarabanda" na reprise que passa aos sábados, às 13h30.

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Interessado pela música minimalista e trilhas sonoras para cinema, Interlandi Júnior encontrou no artista um interlocutor à altura. "Minha primeira pergunta a ele foi: qual a diferença entre compor para cinema e compor para se tocar no palco?". Como resposta, recebeu uma explicação detalhada do processo de composição de Glass para cinema.

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Além disso, ouviu do norte-americano elogios ao Brasil e suas afinidades com o País. Glass é amigo de Caetano Veloso, que o visita quando viaja a Nova York, já esteve várias vezes aqui, trabalha com o grupo instrumental mineiro Uakti (que estará em Curitiba em agosto) e também já trabalhou com a cineasta carioca Monique Gardenberg. A simpatia dele foi tanta que "se quiséssemos, ficaríamos a tarde inteira entrevistando-o", comenta o músico.

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O flautista da OSP teve boa desenvoltura no contato com o compositor, mas rejeita qualquer proximidade desse trabalho com aspectos jornalísticos. "Não me atreveria a dizer que tenho um lado jornalístico. Estou de paraquedista nessa história", desconversa.


"Sou movido pelo prazer de conversar sobre música", é a sua explicação por se sair bem no papel de apresentador. Aliás, uma das propostas de "Sarabanda" era de que o espaço fosse ocupado por músicos, e não por jornalistas ou profissionais da TV. "Achei que ia dar mais autenticidade, e realmente deu".

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Com pouco mais de dois meses no ar, "Sarabanda" vem marcando seu espaço na rede. O programa criado por Interlandi Júnior - com participação de Analaura Souza Pinto, pianista da OSP, responsável pela apresentação e pesquisas -, realizado pela produtora Net Films, nasceu para ser uma revista voltada à música erudita.


Ou seja, dentro de um formato diverso do "Concertos TVE", que havia até então. "A meu ver era muito mal aproveitado porque não cumpria nenhuma função televisiva. Apenas mostrava os concertos da Sinfônica do Paraná", critica.

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A seu ver era preciso ir além da sala de espetáculo. "A partir disso bolei um projeto que englobasse também entrevistas com personalidades e músicos notáveis". Acrescentou ainda um passeio pelos bastidores, com as câmeras registrando os ensaios, e um quadro onde os músicos contam porque escolheram seus instrumentos. As respostas, algumas vezes, chegam às raias do surrealismo. Por fim, tem-se o concerto.


Ir além das cortinas e mostrar ao público que a construção de um espetáculo exige ensaios, dedicação e suor, é uma das curiosidades do "Sarabanda". A maioria do público imagina que a vida do músico é aquele glamour visto das poltronas do teatro. Claro que não, mas ainda hoje têm programas que firmam esse conceito quando o assunto é a música clássica.

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Interlandi cita como exemplo uma produção da TV Cultura que começava com o maestro Diogo Pacheco descendo a escadaria do Teatro Municipal de São Paulo. À pomposidade do cenário, acrescentava o texto com informações "distantes da realidade brasileira". "Pego por aí: não uso smoking, não vou ao Teatro Municipal e tento colocar meu texto numa linguagem honesta, acessível a todos. Sem elitismo", afirma o moço.


Da mesma forma como busca a simplicidade, também não aceita a tese de que música sinfônica seja arte das elites. "Isso é conversa furada. A música, seja ela qual for, é acessível a todos". Para provar aquilo que diz, coloca no ar repertórios da OSP sem se preocupar em conquistar o público pela facilidade das peças. O interesse maior - tanto dele quanto da colega Analaura, que o auxilia na escolha - é o fascínio despertado pelos compositores.


"Na verdade tento divulgar a música com toda sua sofisticação. Não quero popularizar, esvaziando a bagagem erudita que ela contém. O que tento passar no programa é justamente esse meu fascínio por autores, como Beethoven, por exemplo. Acho que por aí eu pego todo mundo. E não pela erudição", afirma. "Quero justamente popularizar a sofisticação. Pode ser um paradoxo, mas o que quero é a sofisticação para todo mundo: caviar, e não pão com mortadela".

"Sarabanda", revista de música sinfônica produzida pelo Canal Paraná, traz entrevista exclusiva com o compositor minimalista Phillip Glass. Apresentação de Sebastião Interlandi Júnior e Analaura Souza Pinto. Dia 9, à meia-noite e reprise no sábado, dia 14, às 13h30, pela Rede Canal Paraná.


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