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Tocando as feridas urbanas

Francismar Lemes - Folha de Londrina
22 jun 2006 às 17:28

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Ao toque de caixa da urbanização, o pobre subiu o morro ou foi parar na periferia, mas o brasileiro - seja rico ou não - ainda se apresenta como morador de cortiço.

Uma contradição que não é como tijolos à vista, mas que expõe contrastes humanos, é o que o espetáculo ''Hygiene'', que traz de volta ao FILO o Grupo XIX de Teatro, de São Paulo, pretende revelar.

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A peça, que estreou em 2005, na Vila Maria Zélia, um antigo reduto operário do Belenzinho, edificará os percalços de seus personagens no espaço alternativo de um barracão abandonado na Rua Maragogipe, com Paraíba (Área Central), sexta, sábado e domingo, às 16 horas.

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Entre a primeira montagem ''Hysteria'', que estreou em 2001, apresentada no festival londrinense, e a nova criação coletiva, o século XIX reaparece em todo o universo de intensa pesquisa do grupo.

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''Essa questão histórica no começo desse trabalho era uma coisa ampla. Pensávamos em montar uma peça sobre casa, chegamos em vários modelos de casas até parar no cortiço'', destaca a atriz Janaína Leite.


Os espectadores começarão a assistir o espetáculo interativo na rua, convivendo com essa comédia pública, que ao entrar no barracão, será uma anfitriã densa, abrindo uma janela para o quintal da reflexão.

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''As várias experiências que o grupo passou, determinaram o nosso trabalho hoje. O espaço, acredito, era ligado à temática, mas percebemos que tinha também a função de revelar-se às pessoas'', comenta o diretor Luiz Fernando Marques.


No alpendre dessa premissa, o grupo convidou para ficar esperando os sofrimentos e esperanças de moradores de cortiços do Brasil de 1899 - ano em que mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas e foram até mortas para dar espaço à uma espécie de limpeza e higienização, que aconteceu em São Paulo e Rio de Janeiro, numa época em que mais de 70% da população moravam em cortiços.

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''Seria possível oferecer melhores condições a essas populações, mas o resgate não pode passar por cima das pessoas'', comenta a atriz Juliana Sanches.


Para a criação, o grupo contou com a participação da comunidade da Vila Maria Zélia, onde várias edificações desaparecem no processo de higienização.

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A atriz Janaína Leite destaca que, mesmo que alguns prédios públicos daquela região tenham sido tombados, o processo de degradação ainda sobe por suas paredes.


Com a interferência do grupo, os moradores se sentiram motivados, criando associações culturais. ''Não somos arquitetos ou construtores, mas podemos restaurar a memória dessa população'', avalia Marques.

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A equipe de produção do grupo visitou seis espaços em Londrina, escolhendo o barracão pelas marcas históricas.


''Londrina é uma cidade razoavelmente jovem, com uma história ligada ao café. Aquele local tem essa ligação e está abandonado há tanto tempo. É um processo semelhante ao de higienização'', compara o diretor ao comentar sobre a opção pelo barracão.

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Para poder realizar o espetáculo, o grupo precisou lavar o espaço com a água de um caminhão-pipa. Porém, vários elementos do lugar serão utilizados em cena.


''Sempre existe uma outra possibilidade de construção, mas ela é sempre pisoteada'', acrescenta o ator Renato Bolelli, responsável pela criação do espaço cênico e figurinos, transpondo as paredes do subjetivo, que cercam a peça.


Serivço:
Hygiene

Datas: 23, 24, 25 de junho
Horário: 16h
Local: Rua Paraíba, 574 (em frente ao Empório Guimarães)

Ficha Técnica:
Pesquisa e criação: Janaína Leite, Juliana Sanches, Luiz Fernando Marques, Paulo Celestino, Renato Bolelli, Rodolfo Serruya e Sara Antunes.
Elenco: Janaína Leite, Juliana Sanches, Paulo Celestino, Rodolfo Amorim, Ronaldo Serruya e Sara Antunes.
Direção: Luiz Fernando Marques.
Espaço cênico e figurinos: Renato Belelli.


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