O aplaudido espetáculo "A Vida é Feita de Som e Fúria", de Felipe Hirsch, foi o grande vencedor da quarta edição do Troféu Poty Lazzarotto - Prêmio Café do Teatro, realizado na segunda-feira. Apesar de não ter caráter oficial, a premiação, instituída pela própria classe artística curitibana, já faz parte do calendário cultural da cidade.
"A cada ano o Troféu Gralha Azul fica mais sem importância e o Troféu Poty mais importante para a classe", resume Guilherme Weber, que levou o título de Melhor Ator por "A Vida é Feita de Som e Fúria".
O espetáculo foi premiado também nas categorias "Melhor Direção", para Felipe Hirsch; "Melhor Iluminação", para Beto Bruel; "Melhor Sonoplastia", para Rodrigão e Ferreira; e "Melhor Espetáculo". A questão mais intrigante para a classe artística é por que o espetáculo de Hirsch, considerado quase por unanimidade como o melhor do ano, não recebeu sequer indicações para as principais categorias do Gralha Azul.
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"A Vida é Feita de Som e Fúria", após cumprir temporada em Curitiba, seguiu para São Paulo, onde ficou um mês em cartaz no teatro do Sesc Anchieta. O espetáculo participou dos festivais internacionais de teatro em Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. No dia 27 de setembro estreou no Teatro Leblon, no Rio de Janeiro, onde encerrou a temporada de sucesso nesta semana.
"Em todos os locais por onde passamos tivemos platéias lotadas e críticas entusiasmadas", conta Weber. "Desta forma, a produção teatral curitibana foi prestigiada nacionalmente", diz. O espetáculo já tem nova temporada em São Paulo agendada para julho de 2001 e irá para Buenos Aires (Argentina) em setembro.
Weber acha delicado discutir os méritos das duas premiações que ocorrem em Curitiba. Ele considera os troféus como "acidentes de percurso" e diz que não trabalha em função disto. O ator comenta apenas que, em sua opinião, cada prêmio reflete a comissão julgadora. "No Gralha Azul a comissão é equivocada e não está preparada para julgar os espetáculos".
O diferencial do Troféu Poty Lazzarotto é que a eleição é feita por mais de cem pessoas envolvidas com as artes cênicas. "Portanto, os equívocos são engolidos pela maioria votante", opina Weber. Sua sugestão para o Gralha Azul é que a comissão julgadora se torne maior ou seja melhor preparada.
Segundo um dos criadores do Troféu Poty Lazzarotto, o iluminador Beto Bruel, outra grande polêmica nas premiações deste ano envolveu a categoria Melhor Atriz. A vencedora do Gralha Azul, Claudete Pereira Jorge, pelo espetáculo "A Grega", levou o Troféu Poty Lazzarotto pela mesma atuação, mas na categoria "Melhor Atriz Coadjuvante". Segundo Bruel, isto evidenciou para toda a classe artística a falta de preparo da comissão julgadora do Gralha Azul, já que o papel de Claudete no espetáculo não era o principal.
Na categoria "Melhor Atriz", o Troféu Poty foi entregue para Cristiane Macedo, protagonista de "A Grega". O prêmio de "Melhor Ator Coadjuvante" ficou com o mesmo espetáculo, para o belo trabalho de Zeca Cenovicz.
Outros premiados foram Enéas Lour, J.M. e Marcelo Chiarelli pela autoria de "Amada Imortal". O mesmo espetáculo venceu a "Melhor Programação Visual", por Eduardo Zuchowski, e "Revelação", pelo trabalho de direção de Enéas Lour.
O troféu de "Melhor Cenografia" ficou com Fernando Marés, pelo "Os Incendiários". Na categoria "Melhor Figurinista" houve empate entre Eduardo Giacomini, por "Folclore Natalino", e Fernando Bachstein, por "Eis o Cidadão".
"Era uma Vez Outra História", de Regina Vogue, foi considerado o "Melhor Espatáculo Infantil" do ano. Vale lembrar que no Troféu Gralha Azul não houve sequer indicações para esta categoria, que ficou sem vencedor.