Fartas doses de irreverência, sexo, absurdos, surrealismos: a semana está tendo isso e um pouco mais nas sessões das 19 horas do Museu da Imagem e do Som, em Curitiba, com a série de filmes do espanhol Pedro Almodovar. "La Movida de Almodovar". Entre os títulos programados está "A Lei do Desejo", agendado para hoje, que o astro Antonio Banderas tentou barrar a exibição. Motivo: os beijos ardentes que ele dava em outro homem.
Na sonolência artística deste início de ano, assistir aos trabalhos do polêmico diretor pode ser uma opção interessante. Mesmo porque a entrada é franca e Almodovar um nome sempre citado pelos fãs de cinema. Antes de se tornar o mais controvertido artista da sétima arte espanhola, o diretor trabalhou na companhia telefônica de Madri e ocupou a posição de principal expoente da vanguarda madrilenha na década de 70.
Humor e realismo enveredam para situações improváveis, onde o kitsh é um elemento sempre presente. A particularidade do enfoque do diretor valeu-lhe reconhecimento internacional a partir de "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" e, há dois anos conseguiu abocanhar o Oscar com "Tudo Sobre Minha Mãe". No MIS a cronologia de suas obras abrange a fase que vai de 1986 a 1993.
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Na sequência, a lista dos filmes que serão exibidos até a próxima sexta-feira, 16:
"A Lei do Desejo" (Espanha, 87), com Carmen Maura, Antonnio Banderas e Miguel Molina. Com doses certas de tragédia e o humor, este trabalho é visto como uma ode à estética kitsh de Almodovar. A fita carrega umas linhas a mais em sua história com a tentativa de Banderas em tentar impedir sua exibição pela liberalidade dos beijos que dava em outro homem.
"Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" (Espanha, 1987), com Carmen Maura, Antonio Banderas e Rossy de Palma. Foi indicado ao Oscar para melhor filme estrangeiro, mas perdeu para "Pelle, o Conquistador". É uma visita do diretor às comédias americanas dos anos 40, com vagas inspirações no monólogo teatral de Jean Coctau, "A Voz Humana".
"De Salto Alto" (Espanha/França, 1991), com Victoria Abril, Marisa Paredes e Miguel Bosé. É talvez o mais convencional e comportado filme de Pedro Almodovar, apesar de ter drag queens, trocas de identidades, gestuais caricatos e outros temperos do gênero que são sua assinatura. Foi premiado no Festival de Cinema de Gramado, em 92, nas categorias de melhor diretor, melhor atriz (Marisa Paredes) e melhor música (de Riuichi Sakamoto). Conquistou também o Cesar (uma espécie de Oscar francês), como melhor filme estrangeiro.
"Kika" (Espanha, 93), com Victoria Abril, Peter Coyote, Rossi de Palma e Bibi Andersson. Na pele de uma jornalista que trabalha para um jornal sensacionalista, Victoria prima pela elegânncia: veste Jean Paul Gaultier. Kika é uma jovem que mora com um fotógrafo neurótico e a relação entre eles, naturalmente, não é das melhores. O prazer da vida ela vem a encontrar quando conhece um escritor americano.
Serviço: "La Movida de Almodovar", semana de filmes de Pedro Almodovar no Museu da Imagem e do Som (Rua Barão do Rio Branco, 395, fone 323-5382). Sessões às 19 horas, com entrada franca. Até sexta-feira.