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Vacas urbanas

Katia Michelle - Folha de Londrina
14 nov 2006 às 13:12

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Muita gente foi pega de surpresa ontem ao passear pelas principais ruas de Curitiba. Espalhadas pelos pontos mais movimentados da Capital estão as vacas que integram a exposição CowParade, um evento que começou há oito anos na Suiça, já passou por dezenas de países e chega pela terceira vez ao Brasil. Depois de São Paulo e Belo Horizonte, as vacas do evento estão no Paraná.

Mas é bom lembrar que em nenhum estado os animais são pintados da mesma forma. Em cada cidade, é feito todo um trabalho de seleção que começa muito antes das vacas pastarem, ou melhor, irem para a rua. Depois de selecionadas, as obras criadas sobre a estrutura pré-definida da vaca, feita em fibra de vidro, ainda têm que passar por um processo mais difícil ainda: o de patrocínio. Só depois elas podem sair do celeiro.

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E essa foi a fase mais complicada de todo o projeto em Curitiba. Enquanto em São Paulo e Belo Horizonte, mais de cem vaquinhas foram ''adotadas'' por empresários, na Capital apenas 30 vacas ganharam investimento e puderam sair às ruas.

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Seis delas foram adotadas pela Prefeitura de Curitiba. Nesse caso, as vacas foram pintadas por crianças de escolas municipais ou de projetos realizados pela prefeitura. Cada vaca custa R$ 35 mil e só depois de adquirida por um patrocinador é que o artista pode pintá-la conforme o projeto apresentado.

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Parece complicado? Não quando as vacas já estão nas ruas e sob olhos atentos das pessoas que, na maioria das vezes, ignoram todo esse périplo burocrático dos animaizinhos antes delas serem expostas. Depois elas são leiloadas e o valor arrecado destinado a projetos sociais.


Para a estudante de Direito Sarah Pereira, de 20 anos, o projeto ajuda a divulgar a arte e deve ser levado a sério. ''As vacas chamam a atenção pela cor, pelo desenho... são diferentes'', conta a estudante, que parou ao avistar a primeira vaca, na Praça Santos Andrade. ''Não sabia que era um projeto tão grande, mas acho que é uma boa maneira de mostrar o trabalho dos artistas'', diz.

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A encarregada de lavanderia Josiane Aparecida Mendonça, de 31 anos, não resistiu ao apelo do filho, Vitor Rafael, de 3 anos e 9 meses, quando o garoto viu a vaca. ''Ele pediu para parar, mas eu gostei também. É uma vaca muito bonita'', brinca. Mas na hora de atender ao pedido do filho, que insistia em ''subir na vaquinha'', ela titubeia: ''não pode... acho que não pode, né?''


Não. As trinta vacas que estão espalhadas pelos principais pontos de Curitiba devem ser leiloadas ao final da mostra, prevista para o final de janeiro. A verba será revertida para as obras da Pastoral da Criança. ''Será o presente de Natal à população de Curitiba. A intenção é fazer com que a CowParade Curitiba seja referência na venda das obras de arte, assim como foi na elaboração dos trabalhos'', afirma Ester Krivkin, organizadora da CowParade no Brasil.


Mas ela se diz decepcionada com a repercussão da exposição, considerada uma das maiores do mundo quando o assunto é arte na rua, em Curitiba. ''Acho que os empresários foram muito relutantes. Nossa resposta foi bem maior em São Paulo e Belo Horizonte'', conta. Quando o projeto foi divulgado em Curitiba, a organização recebeu centenas de inscrições, 40 trabalhos foram selecionados e outros 20 artistas foram convidados a participar da mostra. Apenas 30 ganharam às ruas, mas seis foram comprados pela Prefeitura, que também está apoiando a iniciativa na Capital.

''Acho que os empresários paranaenses ainda acham que a prefeitura e o governo estadual é que tem que bancar a arte, mas não é bem assim. Eventos artísticos precisam do apoio da iniciativa privada'', analisa Ester. Ela lembra que a mostra não vai acontecer de novo na cidade. ''Essa foi a única chance'', mas empresários que ainda quiserem apoiar o projeto tem ainda 19 dias para adotar alguma vaca que já esteja selecionada. Depois disso, o projeto vai acontecer no Rio de Janeiro. A CowParade já foi vista por mais de 100 milhões de pessoas, em pelo menos 31 cidades do mundo e arrecadou o equivalente a US$ 11 milhões para ações de responsabilidade social.


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