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Projeto audacioso

Catar abre cofres para receber Copa de 2022

Thiago Mossini - Folha de Londrina
06 jun 2010 às 11:12

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O Al Sha­mal foi ins­pi­ra­do em uma em­bar­ca­ção à ve­la tra­di­cio­nal dos pes­ca­do­res do Gol­fo Pér­si­co - Divulgação
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Estádios ultramodernos, inovadores, cheios de tecnologia e conforto. Curtas distâncias entre um e outro, paisagens encantadoras e uma injeção de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 8 bilhões) para fazer tudo isso. Disposto a se consolidar como grande organizador de eventos esportivos, o Catar entrou pesado na briga para receber a Copa do Mundo de 2022 e não medirá esforços para ser o escolhido pela Fifa, em dezembro. A Folha de Londrina esteve no comitê ''Qatar 2022'' e viu de perto o projeto audacioso.

O país é dono da segunda maior reserva de gás natural liquefeito do mundo e possui uma reserva de 3,3 bilhões de barris de petróleo, com estimativa de exploração por mais 25 anos. Esses petrodólares que garantirão a construção e reforma dos estádios que prometem ser revolucionários.

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O projeto do país foi apresentado à Fifa no mês passado, em Zurique, sede da entidade, pelo sheikh Mohammed Bin Hamad Bin Khalifa Al Thani, filho do Emir e presidente do comitê ''Qatar 2022''. Rússia, Austrália, Inglaterra, Japão, Estados Unidos, Espanha/Portugal e Holanda/Bélgica estão na briga para sediar tanto o Mundial de 2018 quanto o de 2022; já Coreia do Sul e o próprio Catar disputam apenas o segundo.

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Ele apresentou cinco modelos de estádios. O do Al Khor, situado a 50 quilômetros de Doha, tem a forma de uma concha do mar. Todos os lugares serão cobertos e alguns têm vistas deslumbrantes sobre o Mar da Arábia. Os torcedores poderão chegar de táxi aquático, trem e carro.

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Outro bastante inovador é o Al Shamal, inspirado em um ''dhow'', uma embarcação à vela tradicional dos pescadores do Golfo Pérsico. Também é possível chegar a ele por via aquática e o acesso de quem mora no Bahrein será muito fácil.


Outros estádios do país, o Al Rayyan e Al Gharafa, clubes dirigidos respectivamente pelos brasileiros Paulo Autuori e Caio Júnior, serão modificados. As paredes externas do primeiro receberão um mega telão, que envolverá todo o estádio, com imagens de jogos, notícias e propagandas. ''Será o maior telão do mundo'', compara o chefe da comunicação da Associação de Futebol do Catar (QFA), Sadeq Bader. O segundo receberá uma fechada colorida, uma espécie de laço de amizade.

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Os estádios serão ampliados e, após a Copa, a ideia é retirar as arquibancadas superiores e doá-las para países em desenvolvimento. Assim, as praças esportivas teriam uma capacidade média de 45 mil torcedores durante a Copa e, depois, com a retirada da parte superior, cairiam para 25 mil.


Arenas terão sistema de refrigeração

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As arenas catarianas serão construídas com um sistema de refrigeração de alta tecnologia para aliviar os temores de que o calor no país possa ser inadequado para a prática do futebol. Segundo os organizadores, haverá um sistema de energia solar para condicionar o ar em uma temperatura de 27º C.


O projeto prevê um moderno sistema de transporte com quatro linhas de metrô e um novo aeroporto. A ideia é manter um deslocamento de no máximo uma hora entre um estádio e outro, para que o torcedor posso assistir a vários jogos no mesmo dia.

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O emirado possui apenas cerca de 11,5 mil quilômetros quadrados de área e conta com cerca de 1,5 milhão de habitantes, sendo que 80% dessa população reside em Doha. Desse total, menos de 300 mil são nativos do Catar, e os demais são estrangeiros residentes no país. Assim, os investimentos estão concentrados na região da capital, que é praticamente um gigantesco canteiro de obras.


''O que apresentamos é um formato de Copa do Mundo micro-organizada'', declarou Al Thani ao jornal The National, de Abu Dhabi, no dia da apresentação do projeto. ''As pessoas perguntam: 'O Catar é grande o suficiente? O país não é quente demais?' Então apresentamos propostas para dirimir essas preocupações'', completou, lembrando que o sistema de resfriamento a ser utilizado será pioneiro e não gerará gás carbônico.

Por onde se passa em Doha é possível ver a campanha do país para receber a Copa. Outdoors gigantes lembram os turistas e a população que o Catar é um forte candidato. O país recebeu os Jogos Asiáticos, em 2006. Doha ainda é palco do Masters de tênis, que reúne os oito melhores tenistas da temporada, o Masters de Golf, é sede do Mundial de Clubes de Handebol e, em janeiro de 2011, vai receber a Copa Asiática de Futebol.


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