Os Estados Unidos garantiram classificação às oitavas de final da Copa do Mundo com uma vitória dramática sobre a Argélia por 1 a 0, nesta quarta-feira, no Estádio Lottus Versfeld, em Pretória, graças a um gol marcado aos 46 minutos do segundo tempo pelo meia Donovan. O resultado deixou a equipe na primeira colocação do Grupo C, com a Inglaterra em segundo.
Com a vitória, os norte-americanos somaram cinco pontos, os mesmos da Inglaterra, que venceu a Eslovênia por 1 a 0 também nesta quarta-feira. Os Estados Unidos, no entanto, ficaram na frente por ter mais gols marcados. A Eslovênia, por sua vez, finalizou o torneio com quatro pontos, três a mais do que os argelinos.
A classificação garantiu a redenção norte-americana em Mundiais. Após surpreenderem em 2002 e chegarem nas quartas de final, quando perderam para a Alemanha, os Estados Unidos foram eliminados logo na primeira fase em 2006. Agora, enfrentam o segundo colocado do Grupo D, que tem Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana.
A Argélia, por sua vez, repetiu a fraca campanha de sua última participação, no Mundial de 1986, quando empatou uma partida e perdeu duas - uma delas para o Brasil. O empate por 0 a 0 nesta quarta-feira ainda deixou uma incômoda marca negativa. Depois de fazer um gol na estreia daquela Copa contra a Irlanda do Norte, no empate por 1 a 1, a seleção africana não balançou mais as redes em Mundiais. São já cinco partidas de jejum.
Na partida realizada em Pretória, a Argélia iniciou melhor e pressionou até aos 20 minutos do primeiro tempo. A partir daí, os Estados Unidos melhoraram. Contando com boas atuações de Donovan e Dempsey, criaram boas chances e por pouco não abriram o placar antes do intervalo. No início do segundo tempo, o ritmo da partida caiu. Mesmo assim, os norte-americanos ainda perderam gol incrível com Dempsey, sem goleiro. E já nos acréscimos, quando a eliminação parecia certa, Donovan marcou.
Como já havia ocorrido na partida contra a Eslovênia, mais uma vez os norte-americanos deixaram o campo com razões para reclamar da arbitragem. Ainda no primeiro tempo, o juiz belga Franck de Bleeckere anulou gol legal de Dempsey.
O JOGO - Com a marcação adiantada, a Argélia iniciou surpreendendo os Estados Unidos. E, logo aos 15 segundos, finalizou pela primeira vez, em chute forte de fora da área de Matmour. Sem direção, a bola saiu por cima. A pressão aumentou ainda mais nos minutos seguintes. Aos seis, Djebbour recebeu lançamento e acertou a trave de Tim Howard.
Os norte-americanos, por sua vez, seguiam acuados. Chegaram com certo perigo pela primeira vez somente aos 16, quando Gomez arriscou um voleio e mandou longe do gol. Com dificuldade para sair jogando, a equipe aceitava a pressão adversária - a Argélia já havia finalizado seis vezes em 17 minutos.
Mas, apesar de retraídos, foram os Estados Unidos que marcaram primeiro. E mais uma vez o gol foi erroneamente anulado pela arbitragem. Gomez recebeu na área e tentou finalizar duas vezes. A bola sobrou então para Dempsey, sozinho, completar para as redes. Embora o meia estivesse em posição legal, Franck de Bleeckere marcou o impedimento.
A partida, então, ganhou contornos dramáticos para as duas seleções. No outro jogo, a Inglaterra abriu o placar contra a Eslovênia, resultado que deixaria norte-americanos e argelinos eliminados. Precisando da vitória, os Estados Unidos aumentaram a pressão. Aos 35, Donovan deu grande passe, Dempsey saiu na cara do gol e chutou em cima de Mbohli. No minuto seguinte, a equipe perdeu gol ainda mais impressionante. Dessa vez, o próprio Donovan recebeu livre e finalizou para a boa defesa do goleiro. No rebote, com o gol aberto, o meia se atrapalhou com Altidore e ambos chutaram ao mesmo tempo por cima.
As duas seleções partiram então em busca do gol nos minutos finais do primeiro tempo, sobretudo em finalizações de fora da área. Dempsey tentou para os norte-americanos, Ziani para os argelinos. O confronto, no entanto, seguiu empatado até o intervalo.
Mesmo precisando da vitória, as duas equipes voltaram em ritmo lento no segundo tempo. Apenas tocavam a bola no meio-de-campo, sem conseguir chegar ao gol adversário. Somente aos 11 minutos os Estados Unidos voltaram a pressionar. E, dessa vez, perderam o gol mais feito da partida. Altidore fez boa jogada pela esquerda, passou rasteiro para o meio e a defesa argelina falhou no corte, deixando Dempsey na cara do gol. O meia teve então duas chances - e falhou nas duas. Primeiro, chutou na trave. E no rebote, com o goleiro no chão, finalizou para fora.
A Argélia já não apresentava o mesmo ritmo e apenas se segurava. Precisando da vitória, o técnico Bob Bradley sacou o volante Edu e colocou o atacante Buddle. A pressão aumentava. Aos 20, Feilhaber avançou pela direita, chutou e Mbohli espalmou para escanteio. Na cobrança, Dempsey subiu e mandou por cima. Dois minutos depois, Buddle recebeu sozinho cruzamento na pequena área e cabeceou firme, no meio do gol, para outra boa defesa do goleiro argelino.
Nos minutos finais, os Estados Unidos se lançaram de vez ao ataque. E, já nos acréscimos, Altidore recebeu sozinho, finalizou e Mbohli defendeu. Dessa vez, Donovan teve tranquilidade no rebote e só empurrou para as redes, garantindo a classificação norte-americana.