Foi suado, mas o México superou a França por 2 a 0 e deu importante passo rumo às oitavas de final da Copa do Mundo. Pior para a anfitriã África do Sul, que precisa não só da vitória como de uma combinação de resultados na última rodada do Grupo A. Javier Hernandez e Cuauhtemoc Blanco decretaram o êxito brilhante desta quinta-feira, 17, no Peter Mokaba, em Polokwane.
Com apenas um ponto, "Les Bleus", atuais vice-campeões, entram no caminho de volta para casa. Na última rodada, a França encara a África do Sul, enquanto o México pega o Uruguai - esse último só depende de si para avançar.
A desconfiança dos sul-africanos com sua seleção era tamanha que torcedores exibiam cartazes implorando por um empate, que ajudaria a seleção local. Ainda para ficar nas arquibancadas, não será neste Mundial que os franceses vão se ver livres da polêmica classificação, que contou com uma literal mãozinha de Thierry Henry. Torcedores cansaram de exibir cartazes de "França x Irlanda", o adversário daquele jogo nas Eliminatórias.
Arrasador. Dispostos a recuperar os pontos perdidos na estreia, os mexicanos não perderam tempo e colocaram pressão desde o início no adversário. No trio de ataque, os jovens Giovani dos Santos, Guillermo Franco e Carlos Vela - cada um deles perdeu um gol antes dos 15 minutos de partida. O lateral-esquerdo Salcido também exigiu boas defesas do goleiro.
Já sem Vela, que saiu lesionado, os comandados de Javier Aguirre não conseguiram manter o ritmo. Não que a França com isso tenha criado, mas passou a colocar a bola no chão e ensaiar um ou outro contra-ataque. Dito craque do time, Ribéry pouco tocou na bola. Das tribunas, Zinedine Zidane apenas lamentava.
Na volta para a etapa complementar, o time de Raymond Domenech seguiu na mesma balada. Não se arriscou, mas também não finalizou. Não tinha vergonha de apostar tudo na última rodada.
De tanto insistir, o México chegou ao gol. E foi em uma bobeada da zaga adversária. Abidal saiu tarde para fazer a linha de impedimento e viu Hernandez aparecer livre na cara do gol. O jovem atacante, que havia acabado de entrar, teve a calma dos veteranos para driblar o goleiro e só empurrar para as redes.
Mais. Mas o México não se deu por satisfeito. Outro que havia deixado o banco de reservas, Barrera invadiu a área e deslocou um pênalti, cometido por Abidal. O veterano Cuauhtemoc Blanco, uma lenda na seleção, assumiu a responsabilidade e não decepcionou.
Pelo lado dos "Bleus", a apatia estava estampada no rosto de Domenech. Não tinha mais jeito e os atuais vice-campeões começam a aprontar as malas de volta para casa.
A torcida presente que, com o "olé", havia superado inclusive as vuvuzelas, explodiu em emoção. Em campo, o time correspondeu e continuou armando suas jogadas ofensivas. Méritos do técnico que em nenhum momento abdicou da vitória.