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A difícil vida de uma boxeadora

Rodrigo Sais - Folha do Paraná
05 jun 2001 às 12:21

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Lentamente, o boxe feminino vai conquistando mais adeptas. Com cerca de vinte boxeadoras amadoras e dez profissionais espalhadas pelo país, é difícil arranjar lutas e organizar campeonatos. Que o diga Rosilete Santos, a primeira (e por enquanto única) boxeadora paranaense que participa de lutas oficiais, na categoria amadora.

Treinando há apenas sete meses, Rosilete tem que recorrer a lutadoras de outras praças para adquirir experiência e tentar construir seu nome no mundo do boxe. No dia 26 de junho, a paranaense irá realizar a sua segunda luta oficial em Ponta Grossa, contra a argentina Rose Campos. Rosilete venceu seu primeiro confronto por pontos contra a também argentina Natalia Flets, em Castro, sua cidade natal.

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Deste confronto, Rosilete tem boas e más recordações. "Meu nariz começou a sangrar depois de eu levar um soco, e fiquei zonza. Mas eu não podia desistir, ainda mais lutando em casa. No final, consegui a vitória", comemora. Para a castrense, a violência do esporte afasta as mulheres das competições. "Várias mulheres treinam boxe, mas poucas querem lutar, até por medo de levar porrada", comenta.

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O primeiro contato de Rosilete com o boxe não foi tão violento. Ela trabalhava como assessora do ex-campeão dos meio médios pela Comissão Mundial de Boxe, Macaris do Livramento. "Um dia resolvi experimentar e vi que tinha jeito para coisa", lembra a lutadora.


Os objetivos de Rosilete são bem definidos: conseguir participar dos principais campeonatos do país, realizados em São Paulo e divulgar o esporte entre as parananenses. "É legal ser a primeira boxeadora no estado, mas não quero ser a única. Espero que a partir de mim, outras comecem a praticar o esporte também", afirma.

Para chegar lá, a boxeadora de 25 anos treina pesado. De segunda a sábado ela corre 6 km pela manhã, e treina duas horas durante a tarde. O dinheiro para ela se manter vem de patrocinadores, mas não cobre outras despesas como a organização de lutas, que podem chegar a 1.500 dólares. "A cada luta, temos que correr atrás desta verba. É difícil", desabafa Rosilete.


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