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Brasileirão 2016

Antes de pegar o Palmeiras, Ricardo Gomes promete reação e avisa: 'A mira é o G4'

Agência Estado
05 set 2016 às 14:19

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- Ana Luiza Rosa/saopaulofc.net
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Ricardo Gomes assumiu o São Paulo há menos de um mês e já tem de lidar com uma crise. Um péssimo resultado, a derrota para o Juventude na Copa do Brasil, desencadeou cobranças exageradas da torcida que culminaram com a invasão das organizadas ao CT da Barra Funda, no final de semana retrasado. "Passaram do ponto", afirmou o treinador em entrevista exclusiva publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, que conversou com o comandante na última sexta, quando a imprensa voltou a ter acesso aos treinamentos após o CT ficar fechado por alguns dias.

Confiante e sem medo da pressão no cargo às vésperas do clássico com o Palmeiras, quarta-feira, Ricardo Gomes, que ainda não venceu neste retorno ao Morumbi, afirma que o São Paulo brigará por melhores posições no Brasileiro. "Vamos nos recuperar, a mira ainda é o G4". Abaixo, os principais trechos da entrevista.

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Você vê alguma semelhança entre este momento do São Paulo e aquele vivido em 2013, na luta contra o rebaixamento?
Nenhuma. Desta vez é mais a pós-Libertadores do que a situação de 2013. A colocação do São Paulo era até pior. Quando o Muricy chegou, estava na 16ª, 17ª colocação (estava em 18º lugar). Hoje é muito mais pós-Libertadores, é a perda de jogadores importantes, o Calleri e o Ganso, é a mudança de treinador. O cenário é outro.

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Na 12ª colocação do Brasileiro, o São Paulo está mais perto da zona de rebaixamento do que do G4. Esta será uma campanha apenas para o time não cair ou ainda é possível aspirar o topo?
Acho que dá para aspirar o G4. Posso até mudar de opinião se você me entrevistar daqui a um mês, e eu falar: ‘Olha, não deu certo’. Mas não acredito nisso ainda. Vamos aspirar sim (o G4). Vamos nos recuperar. A mira é lugar no G4.

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Você mencionou as saídas de Calleri e Ganso. Com o elenco atual é possível, como você mesmo disse, brigar por vaga no G4 ou será preciso contratar?
É possível com esse elenco. Mas estamos trabalhando na possibilidade de reforços, mas vocês conhecem bem o mercado... Está difícil. Independentemente dos reforços, é possível com o elenco. Rodrigo Caio está voltando, tem o Cueva, o Chávez. Na minha cabeça, o que falta ao São Paulo é melhorar o meio de campo. Se a gente conseguir a melhor formação no meio e ajudar a chegada de Cueva e Chávez, vamos evoluir. Essa é a ideia.


Contra o Juventude, na derrota por 2 a 1 na Copa do Brasil, faltou isso. O São Paulo tinha domínio, mas não criava jogadas.
Sim. Não adianta posse de bola. Você tem de entrar na área com a bola dominada. Nesse jogo, só cruzamos bola. Acho que fizemos uns 30 cruzamentos. Tem de ter cruzamento, mas também tem de ter variação de jogada. E essa variação não teve.

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Mas quem seria esse novo Ganso no elenco? Virá algum jogador para essa posição?Vamos esperar. Essa resposta eu vou deixar em aberto.


Com as opções que você tem, qual esquema vai usar?
Teve o técnico André Jardine, que usou três volantes. Eu usei os dois esquemas nos três jogos que fiz. Tinha a filosofia do outro treinador, eu estou chegando, passando uma nova mensagem. Se você mudar tudo, você vai se ferrar.

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Você pretende usar o esquema 4-2-3-1?
Esse esquema foi utilizado pelo Bauza. Agora depende, se eu tenho o Michel (Bastos) em forma, seria o melhor. Mas se você não tem o Michel em forma, vai ser difícil com as características dos outros. Vai ficar um esquema meio torto.


O Lugano foi contrato para assumir a liderança de um grupo que perdeu Rogério Ceni. Qual o papel dele no time? Ele tem chance de ser titular?
Tem. A mesma coisa do Michel serve ao Lugano. O Lugano atingindo o melhor da sua forma, joga sem problemas.

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Ele não está no grupo apenas por sua liderança?
Você traz um jogador só para ele ser líder? Não. Líder é importante, mas não pode trazer só para ser líder.


Você teve tempo de conhecer o elenco na semana em que pôde treinar com mais calma graças à folga no calendário?
Conheço o time. Mas uma coisa é o convívio. Esse convívio tem de ser alimentado diariamente e você tem de implantar as suas ideias. Em qualquer setor isso demora um pouco.

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Em que você se difere dos técnicos Bauza e Osorio?
Osorio e Bauza são bem diferentes entre si, mas quem pode dizer isso são os jogadores. O Bauza é mais próximo de como eu vejo o jogo.


O quanto é difícil assumir um time no meio de um campeonato?
Nada melhor do que assumir na pré-temporada. Mas no meu caso, conheço a casa. Só aceitei porque conheço a casa (treinou o São Paulo em 2009). Eu tinha proposta do Cruzeiro (depois do Carioca) e não aceitei.

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O Palmeiras é favorito no clássico desta quarta-feira?
Acho que a história dos dois pesa mais do que o momento. Um pequeno favoritismo por estar jogando em casa.


Você comandou o time em três jogos e não venceu nenhum. Além disso, houve a invasão ao CT. Um início ruim não aumenta a pressão sobre o treinador? Há pouco, vimos o Falcão, ídolo do Internacional, ser demitido em 27 dias no cargo.
Não penso na pressão, não pensava nem quando era jogador. Não quer pressão, fica em casa, é bem simples. Quando você vem para o São Paulo, você quer o que? O torcedor do São Paulo não quer só o resultado. É ganhar e jogar bem. Enquanto isso não acontecer, você está sempre pressionado. Você citou o Falcão, pode citar duzentos. Você tem de correr contra o relógio. Se estivéssemos no início do Paulista... Não é o caso. O time precisa de resultados e eu também.


No momento que os torcedores invadiram o CT, o que pensou na hora, como viu a situação?
Quando cheguei ao clube já havia uma quantidade de torcedores lá. Já tinha visto em outros clubes, mas só no portão. É a primeira vez que vi uma invasão. Passaram do ponto. Alguns jogadores foram ameaçados e aí está errado. Cobrar é uma coisa, ameaçar é bem diferente. Espero que isso não aconteça mais.

O São Paulo não foi o primeiro nem será o último que passa por isso. Mas por que isso ainda acontece no futebol brasileiro?
O problema não é do futebol, é da sociedade. Nada a ver com o futebol. O futebol está dentro da sociedade, que está mal. Isso (a invasão) não é um problema do São Paulo, Corinthians, Flamengo. É do País.


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