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Aposta do Botafogo, Honda é sócio de Will Smith e manager no Camboja

Alex Sabino - Folhapress
24 fev 2020 às 09:14
- Reprodução/Instagram
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Responsável pelo frenesi que torcedores do Botafogo não sentem desde 2012, quando o holandês Clarence Seedorf aceitou atuar pelo clube, o japonês Keisuke Honda, 33, é um jogador único no futebol mundial.

O meia-atacante, apresentado para a torcida alvinegra no dia 8 de fevereiro e que ainda não tem data para estrear pelo time, se define como "incansável" e com múltiplos interesses que vão além da sua profissão de atleta.

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Ao mesmo tempo em que jogará no Brasil, continuará como dono de equipe (e com planos de fundar outra), manager em uma seleção, empresário, investidor de um time de eSports e sócio do ator americano Will Smith em fundo de investimentos de US$ 100 milhões (R$ 438,5 milhões).

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"Eu gostaria de ficar uma semana longe do telefone celular, mas é impossível", ele disse em outubro de 2019 para o jornal Japan Times.
Não é a primeira vez que o Botafogo aposta em estrangeiros com personalidade midiática. O uruguaio Sebastián "El Loco" Abreu foi ídolo da torcida de 2010 a 2012. Desbocado, capaz de dar respostas elaboradas e atacante que passou por mais clubes na história do futebol mundial (foram 29), ele hoje em dia é apresentador de TV em seu país natal.

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Em 2012, o time do Rio de Janeiro foi o último da carreira de Seedorf, que havia defendido Real Madrid (ESP), Internazionale (ITA) e Milan (ITA).


O contrato de Honda até dezembro prevê um salário fixo de R$ 150 mil e participação financeira em tudo o que o Botafogo faturar comercialmente envolvendo o nome do japonês. De acordo com informação publicada pelo UOL, ele exigiu andar em carros blindados e acompanhado por seguranças particulares.

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"Keisuke é diferente de tudo o que você pode encontrar no futebol. Tem vários interesses que vão além do esporte. Exerce grande influência nos outros jogadores e nos ajudou muito em campo, até que sofreu uma lesão na coxa. Depois disso, não conseguiu ser mais o mesmo jogador", disse à reportagem o técnico australiano Kevin Muscat, que dirigiu Honda no Melbourne Victory em 2018 e 2019.


Profissionalizado pelo Nagoya Grampus Eight em 2004, o meia-atacante sempre chamou a atenção por desvirtuar padrões em uma cultura acostumada a seguir as regras de forma rigorosa.

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Apesar de escalado no lado esquerdo do ataque, gostava de se deslocar pelo meio, para desespero do treinador. Quando os jogadores do país usavam cortes de cabelo muito parecidos, ele pintou o seu de loiro. Virou marca registrada.


Ao ser chamado para a seleção principal do Japão, aos 22 anos, previu que seria campeão do mundo. Isso não se realizou, mas ele foi o único asiático a fazer gols em três Copas (2010, 2014 e 2018).

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Antes de Honda, nenhum japonês havia chegado às quartas de final da Champions League. Ele conseguiu isso em 2009, pelo CSKA Moscou. Destacou-se no clube russo, mas esteve longe de ser unanimidade.


Na opinião de outros integrantes do elenco, o astro jogava para si, não para a equipe. Em Moscou, ele pagava seu próprio fisioterapeuta e se recusava a usar os do clube.

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"Durante quatro anos, ele só compareceu à reunião dos jogadores duas vezes. Não notei que ele tivesse qualquer hobby fora do futebol. Eu não o chamaria de profissional, mas de um robô", disse o zagueiro Sergei Ignashevich em entrevista após a saída do japonês.


A queixa de Ignashevich de que o então companheiro parecia não ter outros interesses fora do futebol chama a atenção, porque é difícil achar outro atleta com atividades tão diversificadas.

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A Honda ESTILO, empresa que pertence aos seus irmãos Hiroyuki e Youji, comprou em 2015 49% do SV Horn, então na terceira divisão australiana (hoje está na segunda). O dono de fato é Honda, que chegou a prever que em três anos o time estaria na elite do país, e em cinco, na Champions League asiática. Isso não ocorreu.


Ele se tornou interessado em ter o próprio clube em 2014, ao presenciar os bastidores do Milan, o gigante que atravessava uma fase difícil que até hoje não passou. Afirma que analisava o que via com os olhos de um gerente, de empresário, não apenas de jogador. Se descobrisse como um time daquele tamanho havia deixado de ser uma força da Europa, seria possível saber como fazê-lo subir de novo.


O japonês não tem boas lembranças da passagem pelo Milan, mesmo realizando o sonho de infância de usar a camisa 10 da equipe. Concluiu depois que o clube não tinha direção, contratava jogadores veteranos em excesso e não podia ir adiante com tantas trocas de treinadores. Foram cinco nas quase três temporadas em que permaneceu na Itália.


Os anos em Milão serviram para ressaltar seu gosto pela moda. Foi visto na primeira fila em desfiles da Louis Vitton, Lanvin e Dior. Despertou críticas nas redes sociais ao posar para foto usando dois relógios de luxo da marca Gagá Milano, que podem chegar a R$ 10 mil. Ele tinha um em cada pulso.


No início deste ano, o jogador anunciou a intenção de montar um novo clube, chamado One Tokyo, na capital japonesa. A ideia, segundo ele, é criar um time capaz de ter impacto global. Iniciaria na quarta divisão e, nos primeiros anos, seria amador.


Outra empreitada recente em que embarcou foi aceitar convite para ser o treinador da seleção do Camboja a partir de 2018. Na prática, porém, ele ocupa o papel de gerente. No banco de reservas fica o ex-jogador argentino e seu amigo Felix Dalmas, com quem tem conferências semanais por vídeo.


Ele acompanhou todos os jogos das eliminatórias para a Copa de 2022 a distância. Inclusive a derrota por 14 a 0 sofrida para o Irã.


"Keisuke é uma personalidade única. Ele tem diversos investimentos, escolas, suas próprias companhias e um fundo de investimentos com Will Smith. Ele é um renascentista, alguém interessado em artes. Tudo o que ele faz é pouco usual. Faz o que faz porque deseja sempre ser desafiado", definiu Dalmas.


No mesmo ano em que passou a trabalhar com o futebol do Camboja, Honda lançou um fundo de investimentos com o ator americano. Em entrevista, Smith disse ter conhecido Honda e o considerado um sujeito "muito interessante".


O Dramers Fundo é um dos investidores da Gen.G, equipe de eSports dos Estados Unidos.

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