O Atlético Mineiro conquistou na noite desta quarta-feira mais uma daquelas vitórias heroicas que deram fama ao time nos últimos anos. Jogando no Independência, o time do técnico Levir Culpi venceu pelo preciso placar de 2 a 0 para se classificar às oitavas de final da Copa Libertadores e eliminar o Colo-Colo. O sofrido duelo foi marcado pelo pênalti perdido por Guilherme quando a equipe ainda precisava de um gol para avançar na competição.
O vacilo do xodó da torcida foi compensado minutos depois com um belo passe para Rafael Carioca, que anotou golaço para sacramentar a classificação atleticana. Com o triunfo pelo placar de 2 a 0, o Atlético chegou aos mesmos 9 pontos do Colo-Colo, mas desbancou o time chileno no saldo de gols. A primeira colocação do Grupo 1 ficou com o Independiente Santa Fe, da Colômbia, que derrotou o eliminado Atlas, do México, por 3 a 1.
Para vencer por dois gols de diferença, Levir Culpi levou a campo uma formação mais ofensiva, com Dátolo, Luan, Guilherme, Carlos e Lucas Pratto. Somente Rafael Carioca, que viria a ser o herói da partida, atuava mais recuado no meio-campo. Com esta postura, o Atlético dominou desde o início, impôs forte pressão, mas sofreu para buscar o salvador segundo gol, somente aos 34 minutos do segundo tempo.
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O JOGO - O Atlético tinha todos os motivos para partir para o ataque assim que o árbitro apitasse pela primeira vez no Independência. Empurrado por sua fanática torcida, a equipe de Levir Culpi vinha embalada pela grande vitória no clássico que eliminou o rival Cruzeiro do Estadual e precisava vencer o Colo-Colo por dois gols de diferença.
Por tudo isso, foi natural a empolgação dos jogadores nos primeiros minutos. Houve muita correria e objetividade excessiva. A gana pelo primeiro gol era evidente. Foi assim que Luan arriscou de fora da área logo aos 5 minutos e ameaçou o gol de Garcés pela primeira vez na partida. Aos 10, Lucas Pratto tentou de cabeça, sem maior perigo.
A correria quase trouxe problemas para o Atlético aos 13. Numa rara investida do Colo-Colo no primeiro tempo, Fierro cabeceou livre dentro da área e assustou o goleiro Victor. Foi quando o time visitante começava a se animar no ataque, e a torcida explodia em ansiedade, que Pratto trouxe alívio para o Independência. Aos 18, Patric tentou enfiada pela direita. A bola desviou na marcação e parou nos pés do atacante, que finalizou cruzado e mandou para as redes.
Se acalmou parte das arquibancadas, o gol acabou incendiando a equipe da casa dentro de campo. O volume de jogo no ataque aumentou e as chances começaram a se suceder. Aos 22, Douglas Santos finalizou dentro da área e quase ampliou o placar. A pressão estava estabelecida.
E, se não conseguia mais trocar tantos passes no ataque por causa da chuva pesada, o Atlético apostava em chutes de longa distância, com Guilherme e Patric. As tentativas já revelavam a impaciência atleticana, responsável por desperdiçar grande chance aos 35, em bate-rebate dentro da área. Na conclusão da jogada, Guilherme parou na zaga chilena. Antes do intervalo, Pratto ainda teve chance de marcar seu segundo, de cabeça.
Foi sob os gritos de "eu acredito", mantra que empurrou o Atlético a obter grandes viradas nos títulos da Copa Libertadores e Copa do Brasil, que o time da casa deixou o gramado e fez o seu retorno para o segundo tempo após o intervalo. Mas o desempenho atleticano não acompanhou a empolgação da torcida no início da etapa final.
O Atlético seguia mais presente no ataque, mas sem o mesmo poder de fogo. Cercava a área chilena, porém exibia pouca objetividade. Para aumentar a preocupação das arquibancadas, a defesa levava sustos do ataque do Colo-Colo, renovado com a entrada de Felipe Flores. Além dele, Fierro levava perigo em rápidos contra-ataques.
Quando a partida ganhava em equilíbrio, o Atlético teve uma chance preciosa para chegar ao placar que o garantiria nas oitavas de final. Aos 21, Luan invadiu a área e foi derrubado pelo goleiro: pênalti. Na cobrança, Guilherme fez paradinha antes de bater no canto. O goleiro se esticou e fez o desvio. A bola carimbou a trave, voltou contra suas costas e saiu.
A grande chance perdida não abalou a equipe mineira. Levir Culpi agiu rápido e colocou Maicosuel em campo para reforçar ainda mais o setor ofensivo. E o Atlético seguia martelando. Aos 26, Pratto quase anotou o segundo em cabeçada à queima-roupa na pequena área. Garcés fez boa defesa.
O alívio só ganhou as arquibancadas do Independência quando Rafael Carioca tratou de marcar um golaço para matar a partida e selar a classificação atleticana, aos 34 minutos. Ele recebeu bom passe de Guilherme, em momento de redenção, e acertou lindo chute de fora da área, no ângulo de Garcés, que nada pôde fazer. A torcida, em festa, só precisou esperar pelo apito final para entoar novamente o famoso "eu acredito".
Antes de pensar no cruzamento das oitavas de final, o Atlético voltará a focar no Campeonato Mineiro. No domingo, a equipe fará o primeiro jogo da decisão contra a Caldense, no Mineirão.