O Brasil repetiu neste domingo o desfecho da estreia da Argentina na Copa América. Jogou mal, viu sua principal estrela - Neymar - absolutamente apagada, e apenas empatou com o adversário mais frágil do grupo, a Venezuela. O placar de 0 a 0 reflete bem o que foi o jogo. Chances de gol foram só duas: numa bola de Pato na trave e num chute de Robinho que Vizcarrondo salvou em cima da linha.
No primeiro dos poucos jogos oficiais que a seleção brasileira fará antes da Copa do Mundo de 2014, o time mostrou entrosamento, mas pouca eficiência ofensiva. Na frente, só Pato se destacou, mas ele foi substituído na metade do segundo tempo. Ramires deixou o campo de maca, também na segunda etapa, e preocupa.
O Brasil volta a jogar no sábado que vem, às 16h, contra o Paraguai, em Córdoba, e uma vitória é imperativa para a seleção se classificar em primeiro do grupo. A Venezuela entra em campo no mesmo dia, mas mais tarde, às 18h30, em Salta, contra o Equador. Ainda neste domingo, Paraguai e Equador se enfrentam em Santa Fé, fechando a primeira rodada do grupo B.
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A partida deste domingo mostrou que o estádio Ciudad de La Plata, que se promove como o mais moderno da América do Sul, tem suas falhas. Antes do jogo, os jogadores ficaram perfilados para ouvir os hinos nacionais, que não foram tocados. Depois, no decorrer do primeiro tempo, um cachorro invadiu o gramado e paralisou a partida.
O JOGO - É sobre a Argentina que recai a pressão por ter que tentar jogar como o Barcelona. Mas foi o Brasil que mostrou no primeiro tempo do jogo deste domingo um esquema tático parecido com o do campeão europeu - cujo presidente, Sandro Rosell, estava acompanhando Ricardo Teixeira do Ciudad de La Plata. Contra um adversário frágil, tocou bastante a bola no meio-campo, não sofreu sustos e chegou com facilidade à área venezuelana.
Faltou, porém, o último passe, ou mesmo maior cuidado na hora da finalização. Tanto que o goleiro Vega quase não teve trabalho em todo o primeiro tempo. A melhor oportunidade foi aos 26 minutos. Daniel Alves apareceu pela ponta direita e tocou para Lucas Leiva, que não alcançou. A bola sobrou para Pato, que abriu espaço sobre a marcação e bateu firme, carimbando o travessão da Venezuela.
Outra boa chance para o Brasil aconteceu aos 38. Neymar encontrou Robinho na esquerda e o jogador do Milan bateu rasteiro, tirando de Vega. Vizcarrondo tentou cortar de carrinho, quase passou pela bola, mas salvou com o ombro, em cima da linha.
Ao fim do primeiro tempo, o clima esquentou no túnel que dá acesso aos vestiários. Segundo o assessor de imprensa da seleção brasileira, Rodrigo Paiva, o técnico da Venezuela, César Farías, teria tentado tirar satisfações com Neymar. Mano Menezes e outros jogadores do Brasil saíram em defesa do jovem, o que acabou se transformando numa confusão generalizada. Ninguém, porém, foi punido pelo árbitro Raúl Orosco.
O segundo tempo começou muito menos dinâmico que o primeiro. O Brasil continuava com a posse de bola, mas chegava menos nas proximidades da área adversária. Tentando reascender a equipe, Mano Menezes mexeu no time, tirando Robinho para a entrada de Fred.
Mas a opção por ter dois centroavantes também não se mostrou acertada. Onze minutos depois, Mano decidiu corrigir o time e tirou Pato, o melhor brasileiro em campo, e colocou em campo Lucas. Ramires sentiu uma lesão e também teve que ser substituído, dando lugar a Elano.
O jovem são-paulino entrou cheio de gás, mas foi tão improdutivo quanto vinham sendo os demais homens de frente do Brasil. Conforme o jogo ia chegando ao seu fim, a Venezuela se fechava cada vez mais na sua própria área e a seleção brasileira tocava a bola na intermediária, buscando alternativas. Sem as encontrá-las, não assustou mais Vega até o apito final.
FICHA TÉCNICA:
Brasil 0 x 0 Venezuela
Brasil - Julio Cesar; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas Leiva, Ramires (Elano), Paulo Henrique Ganso e Robinho (Fred); Neymar e Alexandre Pato (Lucas). Técnico - Mano Menezes.
Venezuela - Vega; Rosales, Vizcarrondo, Porozo e Cichero; Lucena, Rincón, Arango e González (Di Giorgi); Fedor (Maldonado) e Rondón (Moreno). Técnico - César Farías
Árbitro - Raúl Orosco.
Cartões amarelos - Thiago Silva, Moreno e González.
Renda e Público - Não disponíveis.
Local - Estádio Ciudad de La Plata, em La Plata (Argentina).