A história do futebol define como grandes clássicos mundiais os jogos do Brasil contra Itália, França, Alemanha, Inglaterra e Holanda. Os confrontos com Argentina e Uruguai também são movidos por forte rivalidade. Todos, adversários temíveis. Nenhum porém com o retrospecto recente do Paraguai. No jogo deste sábado (9), às 16 horas, em Córdoba, a seleção brasileira vai enfrentar exatamente quem mais vezes lhe derrotou desde 2000.
Nos últimos 11 anos, o Brasil perdeu quatro vezes para o Paraguai e soma três resultados negativos, no mesmo período, em duelos com Argentina, França e México.
Esses números ajudam a entender a tensão do técnico Mano Menezes e de vários jogadores depois do fracasso da equipe na estreia da Copa América - 0 a 0 com a Venezuela. Para terminar a rodada praticamente livre da ameaça de uma eliminação precoce no Grupo B da competição, o Brasil precisa vencer hoje.
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De preferência com futebol convincente. Contra a Venezuela, o renovado e jovem time não deu sequer um chute a gol durante o segundo tempo.
O quarteto habilidoso e promissor, formado por Neymar, Ganso, Alexandre Pato e Robinho, não funcionou e desapontou muitos torcedores.
Após o fiasco inicial, Neymar não brincou mais com o topete de Robinho, Ganso parou de pular sobre os ombros de Alexandre Pato, enfim, o grupo deixou de lado a descontração, característica marcante da equipe na primeira semana de treinamentos na cidade de Los Cardales.
A tendência é que o atual algoz da seleção brasileira busque o jogo aberto, a fim de se recuperar também de um tropeço - vem de empate contra o Equador. Mano aposta nisso e prevê uma partida mais emocionante, possivelmente com alguns gols - produto raro ultimamente nos jogos da equipe: a defesa está invicta há mais de 360 minutos enquanto a rede do lado oposto só balançou três vezes em seis partidas.
"Por tradição, o Paraguai vai atrás da vitória. Vamos ter mais espaços’, disse Mano, que deu sinais de irritação durante a semana em duas entrevistas coletivas.
A Copa América é o seu primeiro teste pela seleção em competições oficiais. Apesar das promessas do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de que o torneio não vai ter influência na sequência do trabalho visando ao Mundial de 2014, Mano sabe o rumo tomado por Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão logo após dois insucessos do futebol brasileiro.
Em 2000, Luxemburgo, até então definido pela CBF como o técnico do Mundial de 2002, acabou demitido quando a seleção foi eliminada na Olimpíada de Sydney. No ano seguinte, Leão teve o mesmo destino ao comandar uma campanha desastrosa na Copa das Confederações disputada na Coreia do Sul e Japão.
Curiosamente os dois treinadores viveram o dissabor no período em que o Paraguai começava a se impor como o vilão do Brasil. Portanto hoje, em Córdoba, Mano se sentirá aliviado se Neymar, Ganso, Robinho e Pato voltarem a brincar após o jogo.