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Brasileiro até 2021 gera problemas com receitas de TV para clubes

Carlos Petrocilo - Folhapress
26 ago 2020 às 09:01
- Pixabay
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A realização do Campeonato Brasileiro de 2020 até fevereiro de 2021, diante do atraso para seu início em meio à pandemia da Covid-19, impacta o fluxo de caixa dos clubes e deixa dirigentes ainda mais preocupados com as finanças neste segundo semestre.


Relatório feito pelo Itaú BBA calcula que as 20 agremiações da Série A, juntas, terão prejuízo de R$ 77 milhões mensais de agosto a dezembro.
A mudança de calendário fará com que os clubes só possam embolsar a maior parte dos valores referentes aos contratos de TV a partir do ano que vem.

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Essas cotas são a principal fonte de receitas dos integrantes da elite nacional e respondem por mais de 50% da sua arrecadação –com exceção de Fortaleza e Palmeiras.

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Pelos contratos assinados até 2024 para TV aberta e fechada, 30% dos pagamentos feitos pela Globo dependem do desempenho dos times na tabela, o que só será possível saber após a conclusão da competição. Outros 30% também são variáveis, de acordo com o número de jogos exibidos.

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Os 40% restantes, equivalentes a R$ 240 milhões, são distribuídos de forma igualitária. De abril a junho deste ano, cada clube deveria receber R$ 1,5 milhão por mês.


Em abril, porém, diante das incertezas sobre a realização do Brasileiro, a Globo propôs pagar R$ 396,8 mil referente aos meses de abril, maio e junho. A partir de julho, as mensalidades passariam para R$ 1,1 milhão.

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O cronograma atual de pagamentos, válido desde em 2019, já causava descontentamento entre os cartolas antes mesmo da pandemia. Até 2018, a emissora pagava pelos direitos de transmissão parcelas fixas de janeiro a dezembro.


"Mesmo conhecendo o [novo] fluxo desde 2017 e 2018, poucos se prepararam", afirma o consultor de finanças e gestão do esporte César Grafietti, autor do estudo do Itaú BBA.

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A Globo têm acordo com os 20 times para TV aberta e com 12 para TV fechada –Santos, Palmeiras, Fortaleza, Ceará, Athletico, Bahia, Internacional e Coritiba fecharam com a Turner.


O diretor financeiro de um time da Série A ouvido pela reportagem, que preferiu não se identificar, conta que há uma brincadeira em tom de desafio entre seus pares no grupo de WhatsApp deles para saber quem conseguirá honrar todos os compromissos até o final do ano.

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A maior preocupação está no mês de dezembro, sem poder contar com o dinheiro pelo desempenho no campeonato, mas tendo que cumprir obrigações extras, como o vencimento do 13º salário.


Outro previsão negativa é com a perda de arrecadação nos contratos de pay-per-view. Nesse formato, a Globo repassa 38% do valor líquido obtido com a venda de assinaturas para as equipes. O montante de cada uma é definido por meio de pesquisa com os torcedores (na hora de contratar o serviço, o assinante escolhe o seu time).

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Dirigentes ouvidos pela reportagem estimam que ocorra neste ano uma redução de mais 30% na arrecadação com o pay-per-view. A Globo chegou a reunir 1,8 milhão de usuários do Premiere, mas atualmente a carteira de assinantes é de aproximadamente 1,2 milhão.


A queda na renda dos brasileiros e o fato de algumas operadoras terem suspendido os canais enquanto não havia competições contribuem para uma expectativa mais baixa de arrecadação. Na retomada do Brasileiro, a Globo intensificou a publicidade do serviço para tentar recuperar assinaturas.

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"Antes da pandemia, o repasse do pay-per-view ocorria em janeiro e fevereiro. Agora, pode se estender até abril e maio de 2021", afirma Paulo Braz, diretor financeiro do Atlético-MG. "O fluxo de caixa foi deslocado e temos que buscar alternativas de receitas, se reinventar."


Além da dependência dos direitos de TV, as medidas restritivas para mitigar a contaminação do coronavírus praticamente zeraram outras receitas das agremiações, como a venda de ingressos e os possíveis lucros com camarotes e cadeiras cativas, além da comercialização de alimentos e bebidas nos dias de jogo.


A crise econômica também tem impactado programas de sócio-torcedor, venda de produtos licenciados e até a negociação de atletas.

Grafietti diz que as agremiações que não enxugarem suas despesas em até 40% dificilmente conseguirão honrá-las: "Com a volta das partidas, os clubes têm seus custos retomados também. Continuará faltando dinheiro, principalmente para os que não conseguirem reduções sensíveis da folha salarial".


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