A CBF classificou de "ato político" a ação anunciada pela Fifa contra dirigentes brasileiros, acusados na quarta-feira (16) de absorver US$ 5,3 milhões (cerca de R$ 19,9 milhões) em gastos de viagem, hotéis e salários. A entidade máxima do futebol citou os ex-presidentes Ricardo Teixeira e José Maria Marin, além do presidente licenciado Marco Polo Del Nero.
"A CBF lamenta a decisão da Fifa e considera a manifestação feita nesta quarta-feira como um ato político", disse a entidade nacional, em nota oficial. "A Fifa não apresentou nenhum fato capaz de comprometer o presidente licenciado, Marco Polo Del Nero, o que torna injustificável a atitude por ela adotada."
Del Nero e Teixeira foram membros do Comitê Executivo da Fifa por anos e, segundo a entidade responsável pelo futebol mundial, teriam absorvido US$ 1,67 milhão (R$ 6,29 milhões) e US$ 3,5 milhões (R$ 13,2 milhões) respectivamente dos cofres da Fifa em gastos de viagem, hotéis e salários, além do impacto sobre a reputação. Já Marin consumiu US$ 114 mil (R$ 430 mil).
Leia mais:
Vini Jr erra pênalti, e Brasil cede empate para Venezuela
Vinicius Jr vira 'máquina de gerar gols' do Real e lidera ranking europeu
Dudu segue pessimista mesmo com clamor da torcida por vaga no Palmeiras
Filipe Luis diz que foi comunicado do afastamento de Gabigol no Flamengo
Em um recurso apresentado ao Ministério Público dos Estados Unidos, a Fifa estima que precisa receber pelo menos US$ 28 milhões (R$ 106 milhões) do dinheiro já coletado pela Justiça americana dos cartolas que já teriam confessado culpa. O dinheiro viria, por exemplo, dos recursos que José Hawilla já pagou como multa à Justiça dos EUA - cerca de US$ 151 milhões (R$ 569 milhões). No total, os americanos já recuperaram US$ 191 milhões (R$ 720 milhões) no escândalo do futebol. Os recursos dados como fiança, porém, não contam nessa avaliação.
Além de reprovar a ação da Fifa, a CBF afirmou que "confia na correção da conduta do presidente". "A CBF confia na correção da conduta de seu presidente, a quem deve ser assegurado amplo direito de defesa, uma vez que, até hoje, não foi cientificado de qualquer acusação a ele imputada, em procedimento judicial instaurado no exterior", declarou.