Internacional, Palmeiras e Grêmio estão entre os 12 clubes com maior número de sócios-torcedores no futebol mundial, de acordo com informações das próprias agremiações. Especialistas afirmam que os programas de fidelização podem representar uma saída para a crise financeira dos clubes e criar uma fonte de renda tão importante como as cotas de televisão.
O ranking é dominado pelos gigantes europeus, donos das cinco primeiras posições. Com 129 mil sócios, o Internacional é hoje o maior do Brasil e o sexto no ranking mundial. É um intruso na lista dos gigantes do Velho Continente. Comemorando um grande crescimento no último ano, o Palmeiras aparece no 11.ª posição com pouco mais de 82 mil sócios. O Corinthians é o 14.º colocado, com 72,3 mil.
Curiosamente, o primeiro colocado é o Benfica, que ficou à frente dos gigantes Bayern de Munique, Arsenal, Real Madrid e Barcelona. Para fidelizar os sócios-torcedores, o clube do atacante Anderson Talisca tem um programa amplo de relacionamento, que oferece muito mais do que descontos nos ingressos. As promoções abrangem desde postos de gasolina até serviços funerários. Atualmente, o Benfica tem a maior relação no número de torcedores que se tornaram sócios: 4%. Por essa razão, o clube português se tornou referência para as equipes brasileiras a ponto de ter sido visitado pela diretoria do Flamengo em 2014.
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No Brasil, o clube com o maior índice de torcedores que também são sócios é o Internacional, com 2,2%.
Para Pedro Trengrouse, professor de Direito Esportivo da Faculdade Getúlio Vargas (FGV), os programas de sócios-torcedores receberam grande impulso no futebol brasileiro nos últimos dois anos com a participação da iniciativa privada. Empresas de diferentes segmentos ampliaram o pacote de vantagens dos clubes, oferecendo descontos em supermercados, por exemplo.
"As receitas com os programas de sócios-torcedores têm potencial de crescimento exponencial e podem ser equivalentes aos rendimentos das cotas de televisão", compara o especialista da FGV.
A grana realmente é boa. Um estudo da Pluri Consultoria mostra que o Inter arrecadou R$ 39 milhões com seu programa de sócios em 2013. Flamengo e Corinthians ficaram na casa dos R$ 30 milhões.
Um dos programas citados pelo professor é o Movimento por um Futebol Melhor, que
reúne empresas de peso da economia brasileira para oferecer descontos em bebidas, alimentos, higiene pessoal e calçados, entre outros itens, nos supermercados de todo o Brasil.
Representantes do grupo afirmam que, em dois anos, o futebol brasileiro registrou um aumento de 350 mil novos sócios-torcedores, que geraram uma receita adicional de R$ 150 milhões para os clubes. Tudo isso motivado pelos descontos, que vão além dos ingressos.
JOGADORES - Os benefícios do aumento das receitas são facilmente percebidos naquilo que mais interessa ao torcedor: a compra de jogadores. Em 2013, o Palmeiras arrecadou R$ 12 milhões com a fidelização. O atacante Dudu, por exemplo, contratado neste ano, custou R$ 15 milhões. Ou seja, novos sócios geram mais recursos para gerir o clube e contratar reforços. O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, reconheceu que só foi possível contratar 15 reforços com o crescimento do programa Avanti.
"A perspectiva é tentar buscar até 100 mil sócios-torcedores. Em 2016, buscar ser o primeiro do Brasil e fazer o Palmeiras ter no Avanti mais uma cota de tevê", planeja o dirigente.