Jogador da seleção inglesa e capitão do Tottenham, Scott Parker, é um entusiasta da busca do título da Liga Europa e sonha em chegar à decisão marcada para o dia 15 de maio, em Amsterdam. Sua posição é representativa da maneira como os clubes ingleses estão encarando a participação nesta competição que já foi abertamente menosprezada por eles mesmos.
E é com este sentimento que eles entrarão em campo nesta quinta-feira em jogos das quartas de final da competição. O Tottenham recebe o Basel no White Hart Lane, o Chelsea enfrenta o Rubin Cazan no Stamford Bridge e o Newcasttle vai até Lisboa jogar contra o Benfica. Fenerbahçe e Lazio completa a rodada em Istambul.
Scott Parker reconhece que chegar à final de uma competição continental é algo que o motiva e que por isto não vê contradição entre tentar o título da Liga Europa e garantir uma vaga para a Liga dos Campeões da próxima temporada, meta que está próxima de ser assegurado pelo seu clube que ocupa a terceira posição na tabela de classificação da Premier League:
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- Para um jogador não há nada mais recompensador do que chegar a uma final e erguer um troféu. Eu senti isto quando jogava pelo Chelsea e conquistamos a Carling Cup na temporada 2004/2005. Percebi o que aqueles dias significaram para nossas famílias e nossos torcedores. Quero ter esta sensação de novo. A Liga Europa é um torneio importante, com equipes importantes e não é fácil vencê-lo - declarou ao site oficial do Tottenham.
Parker tem razão e sua tese começa a ganhar apoio em outros países também. A Liga Europa tem se revelado bem mais equilibrada, imprevisível e competitiva do que a Liga dos Campeões. Desde a temporada 1999/2000, dez clubes diferentes já chegaram ao título, com 23 finalistas distintos. Neste mesmo período, as semifinais reuniram outros 43 times. E, ainda que não gere os fabulosos milhões de euros da Liga dos Campeões, sua conquista tem marcado a história de várias equipes importantes nos últimos anos – vide Shakhtar Donestsk, Porto e Atlético de Madrid, e sua disputa acaba permitindo um retorno extra a seus patrocinadores e parceiros comerciais com partidas sendo exibidas para o mundo inteiro. Os estádios nesta fase certamente recebem grandes públicos proporcionando receitas adicionais de bilheteria para os mandantes.
Para vários personagens envolvidos nesta fase da disputa um resultado positivo terá influência nos seus destinos no curto e longo prazo. Para Rafa Benitez,por exemplo, servirá como resposta a tantos que o criticaram irracionalmente desde que chegou ao Chelsea e o credenciará a um novo clube importante a partir de sua saída praticamente inevitável de Stamford Bridge.
Para Andre Villas Boas será a primeira conquista desde que iniciou sua aventura fora de Portugal. Para o Newcasttle já está funcionando como um fator motivador oportuno na sua batalha atual para fugir ao rebaixamento na Premier League e poderá ter a mesma influência para a Lazio ainda esperançosa de alcançar pelo menos uma vaga na fase pré-Champions da temporada que vem. Para o Benfica, vem significando um resgate na sua outrora enorme tradição européia. Rubin Kazan e Fenerbach certamente estão buscando inspiração no exemplo do Basel que ano passado, eliminou o arqui poderoso Manchester United da Champions League.
Favoritismo no futebol é um elemento sempre discutível. Na Liga Europa ele tem sido constantemente desmentido.