Com grande atuação de Rodriguinho, autor de dois gols e uma assistência, o Corinthians venceu a Ponte Preta por 3 a 0 neste domingo (3), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP), e está muito perto do título do Campeonato Paulista. O time pode perder por dois gols de diferença no próximo domingo (7), em casa, que será campeão. Nervosa, sem criatividade e errando muitos passes, a equipe campineira não repetiu as boas atuações diante do Palmeiras e Santos nas fases anteriores.
O craque da primeira final está fora da decisão. Dois dos nove jogadores do rival que estavam pendurados levaram cartões. O principal deles foi o próprio meia Rodriguinho - o outro é o volante Gabriel. Toda a inteligência que ele mostrou para ser o dono do jogo faltou no lance em que tomou cartão amarelo. Nervoso por ter perdido a bola, simplesmente agarrou o rival em um lance na defesa da Ponte Preta. A escalação de Paulo Roberto e Camacho na próxima partida, obviamente, vai deixar o time no prejuízo técnico e tático.
A Ponte Preta vai ter de mudar da água para o vinho para ser campeã. Diante do Palmeiras e Santos, o time abriu a vantagem em casa e apenas se defendeu na volta. Agora, terá de ser protagonista no estádio Itaquerão, em São Paulo, algo difícil para o time que se acostumou a esperar o erro do rival e contra-atacar. Detalhe: o clibe de Campinas nunca venceu na arena do Corinthians. São quatro jogos, com quatro vitórias para os alvinegros da capital.
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O torcedor que olhasse apenas no gramado da decisão, sem notar a divisão das torcidas nas arquibancadas, pensaria que jogo era no Itaquerão. O time visitante jogou como se estivesse em casa. Conseguiu colocar a bola no chão e tomou a iniciativa da partida. De pé em pé, o Corinthians conseguiu a primeira finalização perigosa com Jô, aos 8 minutos, que parou em uma defesa esquisita de Aranha.
Dois fatores explicam esse domínio. O primeiro foi a movimentação de Rodriguinho, Jadson e Maycon, que se multiplicavam no meio. Fazendo o simples, tocando e aparecendo para receber na frente, o bê-a-bá do futebol, os três colocaram os bons marcadores da Ponte Preta no bolso. Bem posicionado, o Corinthians correu poucos riscos. A exemplo do que fez em todo o campeonato. Cassio saiu com o uniforme limpinho na etapa inicial.
O outro fator foi o nervosismo da Ponte Preta, que ficou assustada com o tamanho da final. Com isso, o time não conseguiu adiantar suas linhas de marcação para roubar a bola e sair no contra-ataque. Os campineiros não jogaram. No intervalo, o goleiro Aranha não soube se faltou intensidade ou se o Corinthians marcou bem. Foi um pouco das duas coisas.
O primeiro gol do Corinthians exemplifica tudo isso. Foi uma jogada em uma ligação direta. Depois do tiro de meta, Jô tramou a jogada com Romero e lançou Rodriguinho, que chutou no ângulo de Aranha, logo aos 13 minutos. O lance mostrou uma falha na linha de impedimento da Ponte Preta, que já tinha acontecido em dois lances anteriores.
Obrigada a tomar o timão da partida, algo diferente de suas características, a Ponte Preta não encontrava espaços. Era como bater em uma parede. Até o centroavante William Pottker saiu da área para buscar o jogo. O técnico Gilson Kleina decidiu jogar no cesto do lixo o esquema com três volantes que havia dado certo até o início da final e colocou Renato Cajá no lugar de Jadson. O time melhorou, incomodou mais o goleiro Cássio, mas não conseguiu se equiparar ao rival.
Aí, Rodriguinho mostrou por que é um dos craques do torneio. Aos 13 minutos do segundo tempo, o meia fez jogada de craque e deu passe para Jadson marcar. Após a vantagem de 2 a 0, a Ponte Preta se lançou ao ataque e deixou espaços. O Corinthians teve várias chances para ampliar ainda mais a vantagem.
Aos 34 minutos, novo gol de Rodriguinho. Fagner cobrou lateral pela direita na direção de Jô. Ninguém alcançou, bola quicou no gramado e chegou até o meia, que desviou de cabeça para fazer 3 a 0! Após o gol, grande parte dos torcedores da Ponte começou a deixar o estádio Moisés Lucarelli.