Quem quiser veicular um anúncio com a ginasta Daiane dos Santos, 21, terá agora que ter prévia autorização da Justiça. A determinação do juiz Luiz Fernando de Andrade Pinto, da 10 Vara Cível do Rio, consta no processo movido pela Brasil Telecom contra a Coca-Cola, que vinha utilizando a campeã mundial de solo em peças publicitárias.
Após ter que suspender, por determinação judicial, a veiculação de um comercial em que a ginasta levava a tocha olímpica (foi ao ar em 18 de maio e deixou de ser exibido no dia 29 do mesmo mês), a multinacional de refrigerantes sofreu novo revés no último mês.
E, segundo noticiou ''O Globo'', não só ela: a determinação de Andrade Pinto diz que as emissoras de TV terão que obter autorização prévia da Justiça para exibir comerciais com a atleta, que assinou contrato de exclusividade com a Brasil Telecom no início de 2002.
Leia mais:
'Convivo desde que nasci', diz Vinicius Jr. ao minimizar pressão
Série C de 2025 vai ter quatro paulistas e oito clubes do Nordeste
Neymar compra cobertura de luxo em Dubai por R$ 314 milhões
Endrick se surpreende ao saber que seu nome está na moda
O juiz, que se manifestou por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio, disse que não comentaria a decisão e que a ação corre em segredo de Justiça porque as duas empresas pediram. Alegou ainda que, se o caso chegou ao conhecimento da imprensa, não foi por meio do cartório em que está o processo.
Ouvida pela Folha de S. Paulo, a Globo disse que não sente confortável em opinar sobre a determinação da Justiça. Já o presidente do Conar (Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária), Gilberto Leifert, chegou a afirmar que o órgão deplora a decisão por abrir um precedente de ''censura prévia''.
A decisão de Andrade Pinto, assinada no dia 18, motivou a retirada do ar de outro comercial da Coca-Cola, referente à Olimpíada, do qual Daiane também participou e que foi veiculado pela primeira vez no último dia 11.
Coca-Cola e Brasil Telecom não comentam o caso, alegando que o processo se encontra sob segredo de Justiça. No TJ do Rio, a informação é que a multinacional até entrou com outros recursos para ampliar o segredo.
Daiane, que compete no Campeonato Brasileiro no final de semana, e seu advogado, Cristian do Carmo Rios, tampouco emitem opinião sobre o caso.
Já o Comitê Olímpico Brasileiro, que tem a Coca-Cola entre seus patrocinadores, informou que lamenta o impasse e pede às partes que, perante a atleta, cheguem a um acordo para dar a Daiane a tranquilidade necessária na reta final de preparação para os Jogos.