A venda de ingressos para a partida entre Brasil e Chile, domingo, no estádio Couto Pereira, em Curitiba, continua sob suspeita. Depois de ter sido anunciado o fim das entradas, centenas de bilhetes surgiram nas mãos de cambistas.
Para deixar o caso mais estranho, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) anunciou a liberação de dois mil ingressos para serem reservados por telefone (366-3277) até sexta-feira. Segundo a FPF, eles estavam reservados à torcida chilena. Torcedores no entanto tentaram ligar par ao número de telefone anunciado e não conseguiram contato.
O leitor Francisco Mosimann enviou um e-mail para a Folha reclamando que tentou contato pelo telefone da Federação das 13h55 até as 17h45, através de várias linhas de sua empresa e só deu sinal de ocupado. Ele também afirmou que na frente do Estádio Couto Pereira vários cambistas trabalhavam à vontade, sem sinal de polícia.
Leia mais:
Londrina EC aposta em pré-temporada como diferencial em 2025
Vini Jr. disputa The Best contra Messi, aposentado e mais
Vaquinha congestiona site, arrecada quase R$ 8 mi em 24h e anima Corinthians
Marta concorre ao Prêmio Marta de gol mais bonito no feminino
Além disso, a federação comunicou que todos os cambistas podem devolver nas bilheterias do estádio Couto Pereira, até às 16 horas, os ingressos comprados e não vendidos. Na entrega do ingresso o cambista irá receber os R$ 20,00 referentes ao preço normal.
"Registramos queixa na Delegacia de Proteção ao Consumidor (Delcon) e quem não devolver os ingressos será detido", afirmou o presidente da FPF, Onaireves Moura.
O presidente, no entanto, também está sob suspeita. Moura teve seu nome citado por um cambista preso na terça-feira pela Delcon. José Custódio afirmou que os ingressos que estavam sendo vendidos, eram fornecidos por um bingo, próximo ao terminal Guadalupe, de propriedade de Moura.
Custódio porém, recuou e não quis oficializar a denúncia. "Mesmo assim estamos com policiais investigando a procedência desses ingressos", disse o delegado Jorge Azôr Pinto, da Delcon.
Os gerentes do Big Bingo e o Golden Games, casa com máquinas caça-níqueis; negaram qualquer tipo de atividade com cambistas. Instaladas no local indicado por Custódio, foram transformadas em pontos de venda de ingresso. "As entradas vendidas foram comercializadas pelos preços normais", disse a gerente Vera Lúcia Silva.
A ação da polícia inibiu um pouco os cambistas. Muitos preferiram guardar seus bilhetes para não serem flagrados. "Com certeza eles serão vendidos até o dia do jogo. Não acredito que ninguém vá devolver os ingressos comprados", afirmou um cambista que vendia seus ingressos ontem à noite no Couto Pereira, e não quis se identificar.