Os conflitos em série entre torcedores do Corinthians e a Polícia Militar (PM) nas partidas disputadas no Itaquerão fizeram a direção do clube exigir uma reunião com o comando do policiamento dos jogos na capital. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que haverá um encontro nesta terça-feira entre o comando da PM e dirigentes do Corinthians para tratar dos casos de confronto entre policiais e torcedores organizados - a última briga aconteceu no último sábado, após partida contra o Linense, pelo Campeonato Paulista.
A sequência de conflitos neste ano coincide com a atitude da principal torcida organizada do clube, a Gaviões da Fiel, de levar ao estádio faixas de protesto. Os principais alvos são a TV Globo, a Federação Paulista, a CBF, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o deputado Fernando Capez (PSDB), conselheiro do clube, o promotor do Juizado Especial Criminal da capital, Paulo Castilho, e a diretoria do clube, pedindo transparência nas contas do Itaquerão.
Houve confronto nos dois últimos jogos no Itaquerão, quando também ocorreram os protestos. As brigas ocorreram após as partidas. A PM nega que o confronto de sábado tenha tido relação com os protestos. Segundo a PM, o conflito começou após um cerco de torcedores a três policiais. Foi quando chegou reforço policial e a confusão se alastrou pelo estacionamento do estádio, envolvendo torcedores comuns.
Evitar que as faixas entrem no estádio é o objetivo da PM, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. "A PM tem certeza que a faixa não entra pelo portão", disse um policial do Batalhão de Choque, insinuando conivência do clube com os torcedores. O Corinthians não se manifestou.
Leia mais:
Ainda sem reforços, Londrina EC estreia na Supercopa Paraná
Futebol Solidário reúne Ronaldinho Gaúcho, Refrikinho e diversos artistas em noite histórica de solidariedade
Artilheiro e manutenção de elenco estão entre os planos do Corinthians para 2025
Mesmo com Facundo, Palmeiras ainda busca uma estrela para vestir a camisa 9
A organizada criticou a ação "desproporcional" dos policiais. "Os Gaviões da Fiel vêm a público lamentar que, em tempos de democracia, o motivo mais aparente para se suspeitar das ações policiais seja justamente a tentativa de uma censura opressiva", declarou em nota oficial.
Nos primeiros jogos da temporada, a PM chegou a retirar as faixas de protesto de dentro dos estádios. E a Federação Paulista teve de emitir, em fevereiro, nota alegando que não existe um "veto" a manifestações pacíficas. O Estatuto do Torcedor proíbe faixas ou cartazes com mensagens ofensivas, de caráter racista ou xenófobo, mas não menciona conteúdo político, nem veta qualquer outro tipo de protesto.
A briga que aconteceu na quarta-feira passada, após o jogo contra o Cerro Porteño, pela Taça Libertadores, começou quando um policial deteve um torcedor que retirava uma faixa na arquibancada. Houve corre-corre e tumulto no setor Norte do Itaquerão.
A CPI das torcidas organizadas já discute o caso e quer investigar as brigas envolvendo corintianos e PM. O próximo jogo do Corinthians em casa será neste sábado, contra o Ituano, pelo Campeonato Paulista.