O Corinthians virou uma pedra no sapato do Vasco. Eliminou o time carioca nas semifinais da Copa do Brasil de 2009, levou a melhor nos pontos corridos do Brasileiro de 2011 e no mata-mata das quartas de final da Libertadores deste ano. Neste domingo, as equipes voltam a se enfrentar em São Januário, pelo Brasileiro, e o Corinthians quer mais uma vez estragar os planos dos rivais, não deixando o Vasco chegar à liderança isolada - em primeiro, o Atlético-MG teve o jogo com o Flamengo adiado.
Vale lembrar que nos seis confrontos das competições citadas e bem-sucedidas pelo time de Parque São Jorge (sagrou-se campeão em todas), em nenhum deles o Vasco conseguiu somar uma vitória. Foram quatro empates (três no Rio) e duas vitórias corintianas. A meta é voltar a aprontar em São Januário. E Tite até filosofa para definir o esquema corintiano: ambição com objetividade. "Dizem que o medo de perder tira a vontade de vencer. Para mim é o contrário: você tem de ter a adrenalina da derrota iminente para não ser atropelado, como fomos contra o Botafogo, jogo no qual nos atropelaram."
Depois de desgarrar das últimas posições, sair da zona de rebaixamento e abrir uma vantagem confortável "do inferno", como Tite definiu, o Corinthians agora tenta se aproximar de vez do grupo que de fato brigará pelas primeiras posições.
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Para isso, precisa de resultados expressivos, principalmente contra adversários diretos como o forte Vasco. "Seria bem melhor se a gente pudesse brigar pela parte de cima (neste jogo), mas ainda estamos um pouco para trás, apesar do clima de decisão", diz Tite. "A gente está distante alguns pontos do bloco de cima, precisamos somar para entrar no G7, G8 e o fato de não termos tomado gols nos últimos jogos melhorou a engrenagem e deu confiança para desencantarmos lá na frente", afirma.
Com Romarinho e Jorge Henrique mais avançados, Tite espera pelo fim do jejum de gols dos atacantes, que já dura sete rodadas, desde o gol de Liedson diante do Sport, no Recife. A confiança é numa bela apresentação, diante de rival que Tite qualificou como o que mais deu trabalho para o Corinthians nos últimos confrontos.
"Tenho visto jogos da Olimpíada, como os de tênis, que dizem assim: tem vencedor, mas não era para ter perdedor. Corinthians e Vasco foram equilibrados nos quatro enfrentamentos e ambos podiam passar tanto no Brasileiro como na Libertadores."
Jogar em São Januário sempre é complicado. E não apenas dentro de campo, já que o clima costuma ferver já nos arredores do estádio para os visitantes. Mas os corintianos garantem que não temem cara feia e estão preparados para a guerra.
"Não acho que será uma revanche, claro que eles vão querer ganhar de qualquer maneira, brigam pelas primeiras posições, têm boa equipe. E lá a receptividade sempre é complicada, mas a gente é experiente e não sentirá a pressão", garante o zagueiro Paulo André, mais uma vez parceiro de Wallace por causa da lesão muscular de Chicão.
"Eles estão bravos, chateados por terem sido eliminados por nós e não vão recepcionar a gente muito bem", declara o lateral Fábio Santos, que tenta, nos elogios, diminuir a inevitável pressão. "Mas estamos preparados para encarar o Vasco, hoje a melhor equipe do futebol brasileiro, um dos principais candidatos ao título e que fez, no Pacaembu, o jogo mais complicado e difícil da gente."