A cada semana, Tite quebra a cabeça e refaz suas contas. Na matemática do treinador, ele já baixou a meta de 47 para 46 pontos e agora, de acordo com os especialistas em cálculos, está ciente de que se somar 44 estará livre do rebaixamento. Com poucas pretensões no Campeonato Brasileiro, a ordem no Corinthians é atingir o mais rápido possível a tão falada "zona de conforto". Por isso, o triunfo é necessário neste domingo contra o Vitória, às 17 horas (de Brasília), no estádio Barradão, em Salvador, pela 32.ª rodada.
"Estamos sempre olhando as duas pontas da tabela. Sabemos que uma vitória nos coloca na zona de segurança e daí começamos a ter mais perspectivas", afirmou Tite, lembrando do ano passado, quando chegou à 32.ª rodada com 43 pontos, dois a mais do que agora, empatou por 1 a 1 com o Bahia, foi aos 44 e teve paz para trabalhar a equipe visando o Mundial de Clubes da Fifa, no Japão. "Eu queria seis jogos para preparar o time para o Mundial, entramos na zona de segurança e ficamos tranquilos".
Na temporada passada, o Corinthians ainda fez bela sequência de resultados na reta final da Série A e acabou em sexto. Com tudo detalhado em sua "prancheta", Tite passará esse retrospecto na palestra aos jogadores para tentar repeti-la neste ano.
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Uma diferença fundamental entre 2012 e 2013 é que o Corinthians atual não vence fora de casa faz três meses e não dá mostras de melhora. A semana de treinos, então, vira motivação para acabar com o jejum, superar o forte calor de Salvador e ainda passar por cima do bom time do Vitória. "Temos de consolidar e repetir o mesmo padrão do clássico com o Santos. Intensificamos alguns trabalhos específicos na semana e carregamos o tanque de reserva", enfatizou Tite.
Os 11 escalados serão quase os mesmos do clássico. Apenas Romarinho, após cumprir suspensão, ganha a vaga de Diego Macedo. Alexandre Pato fica como opção mais uma vez. "Está muito achatado (o grupo de cima) e o resultado do fim de semana pode abrir novas perspectivas. Temos de fazer um grande jogo e a partir daí vencer em série para tentarmos algo maior no final da competição," cobrou o treinador.
Diante de um rival que promete se lançar ao ataque, Tite aposta na rapidez de seus pontas, Emerson e Romarinho, e no revezamento de Douglas e Renato Augusto para obter sucesso. "O primeiro objetivo, o principal, ainda é a Libertadores. O segundo seria terminar de forma digna a competição, conquistando o máximo de vitórias possíveis", observou Renato Augusto, revelando que os corintianos ainda sonham com a competição intercontinental, apesar de a probabilidade ser mínima. "Temos chances. Se ainda tivermos 1%, é nossa obrigação correr atrás dela".
O pensamento é propagado por outros companheiros, em um discurso exageradamente otimista para quem vem de vexames e de queda na Copa do Brasil. "Todos aqui acreditam na arrancada. Desde o meio do campeonato estamos falando de buscar o G4 de qualquer forma e acho que temos condições", endossou o goleiro Walter.