O Corinthians se manifestou na manhã desta terça-feira sobre o caso do torcedor corintiano que foi detido por gritar palavras contra o presidente Jair Bolsonaro durante o clássico com o Palmeiras, domingo, na arena em Itaquera, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.
"A Arena e o Sport Club Corinthians Paulista vêm a público repudiar o episódio que resultou na prisão do torcedor Rogério Lemes Coelho", informou o clube. "O clube historicamente reitera seu compromisso com a democracia e a defesa do direito constitucional de livre manifestação, desde que observados os princípios da civilidade e da não violência", prosseguiu.
A nota classificou o ato dos policiais militares como "grave atentado às liberdades individuais no Estado Democrático de Direito". Rogério Lemes Coelho publicou na segunda-feira nas redes sociais Boletim de Ocorrência no qual mostra que foi detido por criticar o presidente Bolsonaro.
Leia mais:
Londrina EC aposta em pré-temporada como diferencial em 2025
Vini Jr. disputa The Best contra Messi, aposentado e mais
Vaquinha congestiona site, arrecada quase R$ 8 mi em 24h e anima Corinthians
Marta concorre ao Prêmio Marta de gol mais bonito no feminino
O torcedor também divulgou imagens dos punhos machucados pelas algemas. "Hoje entrei na Arena Corinthians expondo minha opinião contra o atual governo e olha o que aconteceu: fui preso, humilhado e algemado", escreveu no post.
Ele contou que logo que gritou palavras contra Bolsonaro, recebeu um mata-leão pelas costas e não teve forças para reagir. Logo em seguida outro policial o algemou. Levado a uma sala dentro da arena Corinthians, disse que permaneceu quase até o final do jogo. "Entravam policiais e gritavam coisas do tipo: 'e aí, você não é valentão, quem mandou xingar o nosso presidente?' Foram vários que entraram e gritaram frases para me intimidar", disse em entrevista ao Coletivo Democracia Corinthiana.
Depois, foi levado até a sala da delegacia do estádio e conversou com a delegada. "Só me liberaram faltando dez minutos para o fim do jogo. Vi cinco minutos da partida, mas já sem cabeça para isso. É um terror psicológico muito grande, muita maldade."
Em nota enviada ao Estado, a Secretaria de Segurança Pública disse que a Polícia Militar tentou preservar a integridade física do torcedor. "A SSP esclarece que todas as polícias de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas. Entre as atribuições da Polícia Militar estão: proteger as pessoas, fazer cumprir as leis, combater o crime e preservar a ordem pública. No caso em questão, a conduta foi adotada para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada. A pasta informa que não houve prisão, mas a condução dele por policiais militares ao posto do Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalado dentro da Arena Corinthians, onde foi registrado boletim de ocorrência não criminal e depois liberado para voltar a assistir à partida de futebol."