O empresário Alberto Youssef, doleiro de Londrina, acusado de lavagem de dinheiro, declarou ontem ao Ministério Público ter depositado um cheque de R$ 56 mil da Prefeitura de Maringá, entregue pelo ex-secretário da Fazenda Luis Antônio Paolicchi, na conta do Clube Atlético Paranaense, entre 1994 e 1996. Ele não soube precisar a data correta.
Youssef disse ter tido uma relação comercial com o Atlético. Ele emprestava dinheiro para várias pessoas físicas e jurídicas e entre elas figuravam o atual clube campeão paranaense e o ex-secretário Paolicchi. A justificativa do doleiro para depositar o dinheiro da Prefeitura de Maringá na conta do rubro-negro foi a seguinte: Paolicchi pagou uma dívida e o cheque foi repassado para a conta do Atlético como empréstimo.
O diretor de marketing e futuro diretor de futebol do Atlético, Mário Celso Petraglia, foi procurado pela reportagem, não quis comentar o assunto e pediu para procurar sua assessora de imprensa, a jornalista Mônica Santana, que não foi encontrada. Mas antes Petraglia comentou não ter conhecimento da operação.
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Até 1995 o rubro-negro era presidido por Hussein Zraik, um empresário com várias lojas de calçados no centro de Curitiba. Após uma goleada para o Coritiba no Campeonato Paranaense, Zraik caiu e foi substituído por um triunvirato. No ano seguinte Mário Celso Petraglia assumiu a presidência atleticana e em 97 foi envolvido no caso de tentativa de compra de juízes com ajuda do antigo diretor do Departamento de Arbitragem da CBF, Ives Mendes. Posteriormente a ação foi extinta e ele foi inocentado.
O senador Álvaro Dias, presidente da Comissão da CPI do Senado, entregou à imprensa documentação que comprova crimes de sonegação, evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo os clubes gaúchos Internacional e Grêmio, e promete continuar as investigações para moralizar o futebol brasileiro.
Hoje os senadores irão votar novas propostas de requerimentos para chamar dirigentes dos principais clubes brasileiros e o Atlético pode ser um desses clubes por ter sido citado no depoimento do doleiro londrinense e porque nos últimos quatro anos vendeu vários jogadores para o exterior como: Alberto, Lucas, Adriano e Paulo Rink.
O deputado federal do PT do Paraná, Dr. Rosinha, membro da CPI da Nike, admite que a sua comissão também está de olho nos dirigentes de clubes e que alguns poderãos ser chamados, desde que se encaixem em alguns critérios ainda não definidos. Ele somente afirma que o parceiro do rubro-negro, o empresário Juan Figger, vai ser chamado. Ele tem requerimento para ser votado.