Apesar de ter encerrado o clássico com o Palmeiras no domingo (7) derrotado por 2 a 0, com o rival ainda tendo dois gols anulados, o Santos conseguiu equilibrar a maior parte dos números no confronto e também construiu oportunidades no ataque. A diferença a favor dos palmeirenses ficou justamente naquilo que é tido como característica primordial de Fábio Carille: a defesa.
Estatisticamente, Santos e Palmeiras ficaram muito próximos em diversos quesitos. Posse de bola foi 51% a 49% para o Palmeiras. Finalizações, 15 a 14. O Santos teve mais escanteios, 4 a 2, e os times ficaram empatados em defesas de seus respectivos goleiros, com quatro para cada lado.
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A discrepância morou mesmo nos desarmes: foram 19 do Palmeiras contra apenas 4 do Santos em 90 minutos. Este quesito, aliás, já demonstra ser um problema recorrente da equipe alvinegra neste Brasileiro.
Segundo dados do site Footstats, o Santos é o vice-lanterna em quantidade de desarmes (361 vezes), à frente apenas do Juventude (354), que, na ocasião da comparação, tinha um jogo a menos na tabela. Ao mesmo tempo, é o nono time que mais foi desarmado no Brasileiro (440).
Quanto ao Palmeiras, é o terceiro time com mais desarmes certos no campeonato (473 vezes), atrás apenas de Flamengo (474) e Internacional (502). O Santos não venceu esses dois times. No primeiro turno, perdeu por 4 a 0 para os rubro-negros e empatou em 2 a 2 com o Inter. Ambos estão no caminho santista nesta reta final do Brasileiro.
Outro número preocupante para o Santos é o de perda de bola. No clássico na Vila Belmiro, isso aconteceu 121 vezes em desfavor dos santistas, contra 108 do Palmeiras. De acordo com o Footstats, o clube alvinegro é quem mais perde a bola na competição, com um total de 882 vezes.
Em termos táticos, no clássico, o Santos manteve o mesmo 3-4-3 em que Carille vem apostando nos últimos jogos. O esquema funcionou bem nas vitórias contra o Athletico-PR e Fluminense, mas parou diante do Palmeiras, que já trabalha o contra-ataque como base do seu estilo de jogo.
Para Carille, o que pesou a favor do Palmeiras no clássico foi o entrosamento do time, enquanto o Santos errou em algumas leituras que permitiram o avanço dos comandados de Abel Ferreira.
"Faltou uma melhor cobertura e leitura das jogadas ali dentro de campo, e a gente acabou sofrendo muito. A ideia era preencher mais o meio de campo na parte final do jogo, para que pudéssemos ter mais gente para disputar a bola, já que eles estavam flutuando com quatro jogadores por dentro. Mas, mesmo assim, a gente continuou com dificuldade de leitura, e o Palmeiras acabou tendo mais posse de bola nessa parte final do jogo", analisou o técnico após a derrota.
Ele tenta corrigir os erros do Santos já visando compromisso de quarta-feira (10), diante do Red Bull Bragantino, outro time que também apresenta bons números no quesito defensivo -são 440 desarmes certos em 31 jogos.