Depois de três tentativas, a sede campestre do Londrina Esporte Clube está quase vendida. Na tarde de ontem, o Hotel Bourbom recebeu cerca de 20 pessoas que assistiram ao leiloeiro Antonio Costa vender o terreno com mais de 90 mil metros quadrados. O valor inicial estava estipulado em 2,24 milhões, mas o juiz Reginaldo Melhado, da 6 Vara do Trabalho, permitiu que o valor do lance inicial fosse aberto para acelerar a venda.
Foram dois lances por telefone. No primeiro, um comprador não identificado ofereceu R$ 950 mil. Na sequência, o leiloeiro Antonio Costa falou com outra pessoa ao celular que ofereceu R$ 1,25 milhão. Durante cinco minutos, Costa esperou por outra oferta, o que não aconteceu. Ele fechou a negociação e afirmou que o arremate depende do parecer do juiz Reginaldo Melhado e será divulgado na segunda-feira.
''Posso afirmar que o comprador é de Londrina e tem negócios por aqui'', declarou Costa, que durante o telefonema, pronunciou o nome de um empresário do ramo da comunicação que está investindo em outros empreendimentos na região, que seria o possível comprador.
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Dentre os 8 mil sócios que o clube possui está Orlando Nardini, que comprou a primeira ação em 1970. Ele acompanhou o leilão e achou o preço da sede campestre ''muito barato''. ''Se com R$ 2,24 milhões não se compra uma chácara na região, imagine você com R$ 1,25 milhão'', reclamou. Ele afirmou ainda que não tem esperança de reaver na justiça o valor pago pelo título remido, que adquiriu em 1975.
''Espero que o comprador faça um acordo com os ex-sócios. Meu filho aprendeu a nadar lá naquelas piscinas com seis anos de idade. Tem muito da nossa história naquele lugar'', desabafou ressaltando a ''tristeza'' que sente ao lembrar que aonde havia uma área de lazer hoje está abandonado.
O advogado e representante do Londrina na causa, Ricardo Ramalho, acredita que o negócio não vai prosperar. Ele afirma que o valor está muito abaixo do necessário para saldar as dívidas do clube com ex-jogadores e ex-funcionários. ''Entraremos com uma medida para esse negócio não evoluir. O lance dado é de um preço vil'', opinou. O ex-lateral Jackson, que ganhou 30 mil metros quadrados como indenização por ação trabalhista movida contra o clube, também acompanhou o leilão.