O técnico Dunga optou pelo mistério e não revelou a escalação da seleção brasileira, que nesta terça-feira enfrenta os Estados Unidos, às 21h40 (de Brasília), no Gillette Stadium, em Foxborough (nos arredores de Boston). Na coletiva de imprensa na véspera do jogo, o treinador afirmou que iria conversar com os jogadores e comissão técnica para decidir se manda a campo um time mais experiente, com Neymar atuando desde o início, ou se usaria uma equipe mais jovem para observar com quais jogadores realmente poderá contar durante as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
O experiente meia Kaká, elogiado pelo treinador por sua postura em campo contra a Costa Rica e pela sua liderança, foi poupado do último treino antes do jogo. Ele sentiu um incômodo muscular e ficou na concentração fazendo trabalho de fisioterapia. Mesmo assim, ele não será problema para a partida e mais uma vez deverá começar a partida no banco de reservas.
"O Kaká tem muita experiência e ajuda muito dentro e fora do campo. Muitos podem pensar que não estamos olhando a questão técnica, mas ele está em um bom momento, tem uma mentalidade tranquila. Ele sabe que não pode mais ser o protagonista durante 90 minutos, mas pode fazer a diferença em 20, 30, 40 minutos", afirmou o treinador.
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Depois de elogiar Kaká, Dunga deu a entender que pode fazer algumas mudanças no time. "Precisamos observar alguns jogadores que ainda não tiveram muitas chances na seleção. Alguns vieram e puderam mostrar seu futebol, outros ainda não", observou o técnico.
Ele ainda disse que vai conversar com todos antes de definir o time. "A primeira situação é que vamos conversar com os jogadores para ver o desgaste de cada um. A segunda é que vamos conversar com a comissão técnica para ver se vamos manter um time para entrar e ganhar o jogo ou se vamos experimentar e testar novos jogadores".
Na partida contra os Estados Unidos, Dunga deverá deixar mais tempo em campo jovens jogadores como o meia Lucas Lima, o goleiro Marcelo Grohe e o volante Rafinha. "Cada jogo é uma oportunidade única e temos que colocar nossa marca em campo, escalar uma equipe competitiva. Seria bom que todos entendessem que estamos com um time em formação e que olhassem um pouco além dos resultados. Se tivéssemos mais paciência nas análises, nós teríamos alguns jogadores rendendo ainda mais", disse o treinador.
ADVERSÁRIO - O treinador do Brasil ainda fez uma análise do adversário. Segundo ele, a seleção norte-americana é boa, mostra paciência na criação das jogadas e deverá dar trabalho. "Eles ganharam de grandes seleções recentemente, venceram a Alemanha (2 a 1) e a Holanda (4 a 3). Eles jogam compactos, marcam muito bem. Eles têm muita paciência para esperar o adversário errar e tentam surpreender no contra-ataque".
Antes do jogo, Dunga se encontrou com o técnico da seleção norte-americana, o alemão Jürgen Klinsmann. "Ele é um personagem diferenciado do futebol. Não apenas como jogador ou técnico, mas como pessoa. Muito inteligente, tem uma visão de mundo muito boa. Ele vive num mundo onde existem muitos holofotes em cima, mas ele é tranquilo, tem os pés no chão", afirmou.
Como jogadores, Dunga e Klinsmann se enfrentaram com as camisas das seleções do Brasil e da Alemanha em três oportunidades, com uma vitória para cada lado e um empate.