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Delator

Empresário brasileiro diz ter subornado dirigentes de forma regular por 25 anos

Agência Estado
19 abr 2016 às 10:22

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- Reprodução
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O empresário brasileiro José Margulies admitiu diante da Corte de Nova York que pagou por anos "propinas de forma regular" para dirigentes sul-americanos para garantir contratos desde 1991. A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo havia antecipado com exclusividade que o brasileiro estava fechando um acordo de delação premiada com a Justiça dos Estados Unidos, depois que se entregou no final de 2015. Seu objetivo é o de evitar uma pena de 20 anos de prisão.

Agora, nos documentos liberados pelos norte-americanos sobre o processo, Margulies dá detalhes sobre como funcionou o esquema de corrupção que o levou para a prisão em 2015. Entre os réus está também José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Marco Polo del Nero, atual presidente da entidade, também foi indiciado.

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Segundo Margulies, ele começou em 1986 a "ajudar José Hawilla, dono da Traffic, a conseguir direitos de transmissão de jogos" para torneios pelas Américas, inclusive partidas das Eliminatórias da Copa e do torneio olímpico. "Começando em 1991, eu ajudei a pagar propinas em nome da Traffic para vários dirigentes da Conmebol", disse ao juiz.

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"Eu sabia que esses dirigentes estavam usando suas posições de autoridade para se enriquecer", declarou. "Eu também sabia que essas propinas foram feitas para garantir que a Traffic tivesse e mantivesse os direitos comerciais sobre esses eventos, assim como para várias edições das Eliminatórias para a Copa do Mundo", explicou.


Segundo Margulies, esses pagamentos foram feitos "de forma regular até 2007" e outras propinas também foram feitas em nome da Torneos e Competências, uma outra empresa que comprava direitos. "Começando em 2000 e até 2015, fiz transferências de dinheiro de forma periódica em nome de empresas conhecidas pela Torneos", apontou. Um dos eventos de interesse era a Copa Libertadores da América.

O brasileiro afirmou sentir "remorso pelos problemas que causou para minha família, para o mundo do futebol e para os EUA". "Com meu reconhecimento de culpa, eu tomo o primeiro passo para reparar esses problemas", enfatizou.


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