O futebol espanhol aprovou nesta quinta-feira um novo acordo para um modelo diferente para a venda de direitos de televisão. Diferentemente do que acontece atualmente, em que os clubes negociam separadamente, dando uma visível vantagem para Barcelona e Real Madrid, agora será de uma forma centralizada com uma divisão mais igualitária. Isso foi definido durante reunião do Conselho de Ministros.
O debate ficou mais forte nos últimos meses, principalmente por causa dos acordos cada vez maiores dos dois principais clubes do país. Alguns deles, como o Espanyol, ameaçaram fazer uma greve. Isso além da pressão após o acordo de mais de 5 bilhões de libras (R$ 23 bilhões) do futebol inglês válido por três temporadas. O objetivo da Liga de Fútbol Profesional (LFP), órgão que comanda o Campeonato Espanhol, espera arrecadar 1 bilhão de euros (R$ 4,6 bilhões) por temporada.
Segundo Javier Tebas, presidente da LFP, o próximo passo será abrir o concurso entre as emissoras interessadas na transmissão do Campeonato Espanhol. O dirigente garantiu total transparência nesse processo, que não deverá ser muito longo. Do dinheiro que entrar, 93% será destinado aos clubes. O restante será dividido entre "seguro de rebaixamento", federação, liga, outros atletas de elite, sindicatos e futebol feminino.
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Do montante que será dos clubes, ficou definido que o modelo a ser seguido será o inglês. Metade será dividido igualmente entre todos os clubes da elite do Campeonato Espanhol. Um quarto será repartido de acordo com resultados históricos, sendo os anos mais recentes com mais peso.
O restante sairá de uma conta mais complexa, em que a repercussão do time será o fundamental. Pode ir desde projetos sociais até geração de recursos, como bilheteria e venda de camisas. Neste caso, nenhum clube poderá abocanhar mais do que 20%. A lei ainda diferencia a comercialização dentro e fora da Espanha. No exterior, ela será mais flexível. Tevas disse que pretende fazer pacotes equilibrados para que diferentes emissoras possam se dar bem.
Para se ter uma ideia de como o atual modelo prioriza Real e Barça, na temporada passada, os dois clubes abocanharam 140 milhões de euros (R$ 473 milhões), cada. O Valencia, que vem logo atrás na lista, levou 48 milhões de euros (R$ 162 milhões), enquanto o campeão Atlético de Madrid faturou 42 milhões de euros (R$ 135 milhões).
Os últimos da lista foram Granada, Elche, Valladolid, Rayo Vallecano e Almería. Cada um levou 18 milhões d euros (R$ 60 milhões). Enquanto isso, o clube que menos ganhou na última edição do Campeonato Inglês foi o Cardiff, com 74,5 milhões de euros (R$ 252 milhões). O Liverpool, líder em faturamento de direitos de transmissão na Premier League ficou com 117 milhões de euros (R$ 395,6 milhões).
O Campeonato Brasileiro utiliza um sistema parecido ainda vigente no Espanhol, mas com valores bem menores. Flamengo e Corinthians receberão R$ 170 milhões a partir de 2016. Abaixo estão São Paulo, que vai levar R$ 110 milhões, Vasco e Palmeiras com R$ 100 milhões, Santos vai arrecadar R$ 80 milhões, e Cruzeiro, Atlético-MG, Botafogo, Fluminense, Grêmio e Internacional vão ficar com R$ 60 milhões. Os outros ficam com R$ 35 milhões. Isso sem contar os valores vindos do "pay-per-view".