O menor H.M.A, de 17 anos, foi mesmo o autor do disparo do sinalizador que matou Kevin Espada. Pelo menos, essa é a convicção do perito criminal Nelson Massini, professor de medicina legal da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que analisou imagens da televisão a pedido do programa "Fantástico", da TV Globo.
Por meio de vídeos e fotos, que tiveram suas imagens ampliadas com recursos de computação gráfica, o especialista confirmou a autoria do disparo. - Ele tem um rosto fácil de ser identificado. O pescoço. A gente pode notar as orelhas salientes, em abano - analisou o perito Nelson Massini, que comparou duas imagens em momentos diferentes e usou três pessoas que estão ao seu redor como referência para fazer a confirmação.
- Ele se localiza no centro do triângulo. Ele continua na mesma posição. Ele está aqui agora de maneira muito mais perceptível. Ele percebe que alguma coisa deu errada. Ele sai da posição e se desloca para um outro local da torcida. É ele mesmo que se apresentou e a gente localiza ele perfeitamente nas imagens. Sem dúvida nenhuma. É 100% de garantia de que é ele - afirmou o perito, que teve ainda ajuda de uma foto tirada pela Agência Corinthians como base, com bastante nitidez.
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O Fantástico também consultou a Associação Brasileira de Criminalística para analisar as imagens. - Existe a possibilidade realmente clara de que pode ser a pessoa - diz Cássio Thyone Almeida, da Associação Brasileira de Criminalística.
Nelson Massini, que é professor de medicina legal da Universidade Federal do Rio de Janeiro, também revelou a ajuda de mais um torcedor da Gaviões da Fiel. A imagem mostra quando o menor pega o sinalizador dentro da mochila, entrega a bolsa para outro torcedor e só então faz o disparo.
- Isso que é importante, que alguém estava realmente ali que deve ser investigado, próximo a ele - lembrou Nelson Massini.
Procurado pelo Fantástico, o advogado Ricardo Cabral, do menor e da Gaviões, disse que o jovem "equivocou-se na declaração sobre a localização de sua mochila e, agora, reconheceu que ela estava com um torcedor desconhecido, num degrau superior ao seu, na arquibancada".
Segundo o advogado, esse outro torcedor está no Brasil e se chama Cristiano Rocha de Miranda, apelido ‘Magrão’. Ainda de acordo com a nota, Cristiano alegou que o menor de idade pediu para que ele pegasse a mochila. Mas que ele, Cristiano, não sabia que o sinalizador estava dentro. Cristiano disse ainda que não conhecia o menor, apesar de terem viajado para Bolívia no mesmo grupo.
O promotor de Justiça que cuida do caso no Brasil avisou que esse segundo participante poderá responder pelo crime:
- Qualquer pessoa que tenha concorrido para a prática do crime, essa pessoa também vai responder pelo crime, na medida da sua culpa - afirmou o Thales Cezar de Oliveira. Nesta terça-feira, a Justiça boliviana deve decidir o futuro dos 12 torcedores que continuam presos em Oruro.