Humilhada por equipes concorrentes nas últimas corridas, superada pela Williams no Mundial de Construtores, prestes a perder a liderança no Mundial de Pilotos, a Ferrari diz ter encontrado uma saída para sua crise. No tapetão.
A escuderia usou a inglesa "Autosport", principal revista de automobilismo, como porta-voz.
Em entrevista à edição de hoje da publicação, Ross Brawn, diretor técnico ferrarista, afirmou que o time tem provas de que a Michelin levou pneus irregulares às últimas etapas do Mundial.
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Segundo ele, a Ferrari está recolhendo mais evidências e deve entrar com um protesto na FIA (entidade máxima do automobilismo) pedindo a revisão dos resultados dos GPs em que a Michelin teria utilizado compostos ilegais.
"As medidas tiradas após o GP da Hungria (última prova, há 12 dias) mostraram claramente que havia pneus mais largos do que o permitido. Veremos qual será o desdobramento disso, porque não estamos felizes com a situação", declarou, sem indicar quando o protesto seria encaminhado.
"Há uma brecha no regulamento da FIA que permite uma investigação caso sejam apresentadas evidências antes desconhecidas", completou o engenheiro inglês.
Brawn se refere ao artigo 179, alínea b, do Código Esportivo Internacional da entidade: "Se, em eventos de campeonatos da FIA, for descoberto um novo elemento, os comissários do GP ou aqueles indicados pela entidade deverão se reunir para ouvir as explicações das partes envolvidas".
No caso da Hungria, o protesto parece mais factível. Afinal, a vistoria técnica depois da prova teria comprovado a irregularidade.
Estariam em risco os sete primeiros colocados no GP --todos com Michelin--, inclusive Fernando Alonso, que se tornou o mais jovem piloto a vencer na F-1, Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya, que ameaçam a liderança de Michael Schumacher.
Oitavo colocado, Schumacher herdaria a vitória, ganharia mais nove pontos e veria sua vantagem para Juan Pablo Montoya aumentar de um para 16 pontos faltando três provas para o fim do Mundial. A "virada de mesa" praticamente lhe daria o sexto título.
Quanto aos GPs anteriores, a luta da Ferrari será árdua. As evidências da equipe são fotografias que atestariam a irregularidade.
De acordo com a "Autosport", a Michelin estaria usando os pneus ilegais desde o GP de San Marino, quarta etapa do Mundial.
Os pneus franceses, que equipam McLaren, Williams, Renault, Toyota e Jaguar, estariam terminando as provas com mais de 27 cm de largura, limite permitido.
Alertada pela Bridgestone, fornecedora da Ferrari, a FIA anunciou há uma semana que passará a inspecionar os pneus após cada GP, e não mais antes, como prevê o regulamento esportivo.
Informações Folha Online