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Fifa investiga gritos de 'bicha' no Itaquerão e pode punir seleção brasileira

Agência Estado
04 abr 2017 às 13:40

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Investigado pela terceira vez nestas Eliminatórias da Copa do Mundo, por conta de gritos de "bicha" por parte da torcida, a seleção brasileira corre o risco de ser impedida de voltar a jogar no Itaquerão. A Fifa confirmou nesta terça-feira que abriu um procedimento contra o Brasil por causa das ofensas no jogo contra o Paraguai, no mês passado, e, se optar por uma punição, poderá recorrer não apenas a multas, mas também s proibição de jogos em certos estádios.

Adotando uma postura dura contra gritos homofóbicos, a Fifa já multou as seleções sul-americanas em 13 ocasiões, o que resultou em multas de 550 mil francos suíços por parte da Fifa - cerca de R$ 1,8 milhão.

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No caso da CBF, ela foi multada pelos incidentes que ocorreram na partida contra a Bolívia, no dia 6 de outubro. A multa aplicada foi de 25 mil francos suíços (R$ 78 mil), além de um alerta. Em setembro, a entidade já havia sido alvo de uma punição, depois dos gritos homofóbicos dos torcedores em Manaus num jogo contra a Colômbia, também válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Naquele momento, a multa imposta foi de 20 mil francos (R$ 62 mil).

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Se o ritmo de punições continuar, a Fifa avisou que o Brasil pode ser obrigado a mudar o local de partidas ou impedir que jogos voltem a ocorrer nos lugares onde os problemas foram registrados.

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Um exemplo dado pela Fifa é o que ocorre com o Chile. Ao ser multado pela terceira vez, foi impedido de disputar o jogo do dia 28 de março contra a Venezuela no Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos, em Santiago.


A CBF vai tentar explicar que tem feito campanhas nos estádios e pedido que os gritos não se repitam. Mas a nova investigação ao Brasil ainda foi uma resposta clara à CBF e à Conmebol diante da tentativa dos cartolas sul-americanos, em outubro do ano passado, de convencer a Fifa de que os gritos de "bicha" eram "culturais". Wilmar Valdez, presidente da Federação Uruguaia de Futebol, confirmou que reuniões foram mantidas para explicar que o uso de certas palavras para ofender os adversários não tem o caráter de homofobia.


A Fifa rejeitou a tese e promete que vai continuar sancionando a região. Questionada no final do ano passado se o argumento "cultural" era válido, a secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura, rebateu: "É uma questão de educação e não pode ser autorizada".

"O que posso dizer é que precisamos que as pessoas sejam educadas, mesmo que esteja na sua história, na sua cultura, usar palavras não amigáveis contra o adversário. Isso tem de parar. Para a Fifa, a tolerância é zero em relação à homofobia, discriminação racial e discriminação de gênero", respondeu a delegada da Fifa, que é africana, negra, mulher e muçulmana.


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